5/12/2010

sobre o vício

Postado por Quanta Luz |


Oi.

Meu nome é Eduardo e eu sou viciado em dopamina.
Essas coisas acontecem com a gente e nunca se sabe quando elas começaram realmente. Às vezes é você tentando escapar despretensioso de alguma coisa, tentando dar sentido ao que não pode ser explicado ou impelido pelo motivo razoável de querer alcançar um alívio, chegar a um porto seguro. No início até que é bom, mesmo quando é ruim. Tem coisas que são assim né? Boas, na alegria e na tristeza. Mas aí depois de um tempo (e com a idade) você começa a sentir nas rugas e na lista sem 'ok' de ano novo, os danos que aquilo está provocando na sua vida. Alguns, permanentes.
Você começa a se afastar das pessoas que te rodeiam porque, naturalmente, você não vibra mais igual a elas. Sabe imã quando não se junta? Então. Na realidade elas, as pessoas, é que se afastam de você porque não se interessam mais pelo que você é, apesar de gostarem de você. E aí você fica meio consternado mas o que se há de fazer né? Tudo muda. E é bom mudar.
Todo bom viciado não anda sem sua droga. Jamais. Ela está sempre junto de você por todos os dias de sua vida como fiel escudeira. Você só tem paz se tiver ela, mesmo que seja só por ter ela ali paradinha, sem fazer nada. A gente não usa sempre, até porque é difícil de conseguir. Então são uns momentos raros de paraíso deslocado na sua vida. Quem já provou, prova sempre. Tem uns que conseguem largar, mas ressecam. Ficam inertes sobre duas pernas andarilhas... até que experimente de novo. E tem uns que morrem, literalmente definham. Casos raros.
A primeira vez que eu usei dopamina foi há dois anos atrás. Janeiro de 2008. Aqueles verões que a gente não esquece, sabe como é? Que você guarda numa caixa surrada no fundo da gaveta e que ninguém mexe porque acha que nada de importante é guardado ali? Mas só a gente sabe o que significa. E a primeira vez é a primeira vez. Você nunca experimentou nada igual e julga, leviano, que nunca irá experimentar algo melhor. Se joga com dois pés e duas mãos no mundo novo que se descortina na sua frente. Porque a droga não vem sozinha. É um caminhão de mudança. De lá de dentro desce centenas de lugares que você nunca foi, gente que você nunca imaginou conhecer, sentimentos dos mais inéditos possíveis e o centro do mundo se desoloca, suave, para debaixo dos seus pés. Seu novo lema é viver o que há pra viver. A droga, no encalço. Sem ela não tem festa. Sem ela não tem nada na sua vida.
Quando o tempo passa, você começa a obedecer a ela e não o contrário. Nessas horas você realiza pro fato de que há efeitos colaterais. Vez ou outra o coração acelera e vem aquela sensação de que o sangue tá correndo no sentido contrário dentro de suas veias. As vezes você se pega viajando, noutro lugar, bestificado. Você perde a concentração, não sente vontade de fazer as coisas que costumava fazer... é um desastre pscicológico. Tudo é demais. Vento é furação, chuva é tempestade, poesia é regra e um sorriso consegue ser música.
E ai quando se chega neste estágio, duas coisas podem acontecer: você continua se drogando porque continua a ser alimentado, ou então é obrigado a parar. E, anote aí, parar com a dopamina é uma das coisas mais dolorosas que existem. Aquela dor que dói e nao se sente sabe? De dentro pra fora?
Quando você para com a droga, é como se alguém tivesse feito um buraco em você que não se sabe onde e tudo está vazando. Uma hora você esvazia. Fica vazio mesmo, meio zonzo, sem entender o que está acontecendo, o que é a vida, como se vive. Fato é que a dopamina que correu no seu sangue durante tantos dias te inebriou de tal forma que você não se lembra mais como é viver sem ela. Como é dormir com si próprio? É estranho, meio que faltando alguma coisa. Como é começar o dia sem a perspectiva de que vai sentir todas aquelas emoções e coisas boas? Nada?
"Oi, meu nome é Desespero e eu estou aqui pra ser seu amigo"
Pior é que nesse caminho que eu não sei se posso chamar de recuperação, você nunca está sóbrio realmente. Fica catando restos de doses esquecidas em algum lugar. Tentando sentir de novo aquela sensação. Mas tudo é muito débil. Isso, no entanto e para a felicidade geral, passa. Mas pra passar... depende de muita coisa.
Sou viciado em dopamina e não a uso faz umas semanas. É difícil demais. Vou tentar ficar sóbrio pelos próximas, mas não prometo nada. É uma escolha difícil, mas que uma hora ou outra você teria que fazer. A gente chega tão fundo as vezes, que voltar pra superfície leva tanto tempo quanto o impossível leva pra ser alcançado. Na jornada de recuperar-se, aceite ajuda se alguém te oferece. Converse com pessoas diferentes, porque tudo o que você não precisa é de gente que você já conhece. Não pegue o mesmo insuportável caminho de sempre, permita-se à liberdade. Não espere, nunca. Se tem uma coisa que eu aprendi é que esperar por alguma coisa é o mesmo que impedir que ela apareça. É como água que demora duas horas pra ferver se a gente ficar olhando. Por hora, evite lugares e situações que te remetem à droga, pelo menos por enquanto. Uma hora você vai ter que enfrentar essas coisas e, torcemos, irá superá-las. E se superou, está pronto para usar dopamina novamente. Mas dessa vez cuide mais de você mesmo e não se vicie nessa coisa. Você sabe que tudo demais é veneno. Dito isto, não há mal nenhum em ser usuário da dopamina. Por favor, concorde.
Até porque ninguém vive sem amor, vive?

"Dopamina é um neurotransmissor, precursor natural da adrenalina e da noradrenalina. Tem como função a atividade estimulante do sistema nervoso central. É um composto químico comum no corpo humano. A presença de elevados níveis de dopamina parece ser uma característica dos apaixonados. O papel da dopamina é importante no mecanismo de desejo e recompensa e seus efeitos no cérebro são análogos aos da cocaína. É uma verdadeira droga de amor"

5/01/2010

mulher é um perigo

Postado por Quanta Luz |


Tenho observado que as mulheres, pelo menos as que me rodeiam, tem ditado seus próprios termos e regras quando se envolvem com algum homem, sem, no entanto, transparecer que elas é que estão liderando a coisa. E alias, vejo, mulheres são mestras em parecer uma coisa que absolutamente não são. A voz do povo, inclusive, prega: "Quando um homem diz que ficou com tres mulheres, foi apenas uma. A mulher quando diz que ficou com um, ficou com três" e é bem por aí mesmo. Elas são experts em como proceder no território afetivo e fazem uso de artifícios dos mais diversos para ganhar o jogo. Tanto é que tem resgatado, inclusive, elementos dos primórdios de seus tempos, quando ser irresistível e bela era sinonimo de bruxa. E o tema de hoje, acho, tem um pouco de magia negra. Tem nome: Feromonio.


"Nunca tínhamos entrado num sexshop. Decidi ir porque ultimamente está uma escassez de homem no mercado horrorosa e também porque queria ver a potencia do perfume de feromonio. Então chamei uma amiga que estava numa situação parecida. Quando estávamos quase na frente, perdemos a coragem de entrar porque tinha gente na porta."

"Começamos a rir, pensando em dar a volta no quarteirão, em ficar na frente fingindo que tava conversando e depois entrar. Mas a decisão foi fazer cara de quem sempre frequenta esses lugares... e entramos."

Agora você imaginem estas duas criaturas pra entrar num sex shop e comprar feromonio, a palhaçada. Primeiro que você fica encabulado em todas as horas: entrar, permanecer e sair. E segundo que você sair com uma sacolinha na mão é pior ainda. É meter o carão e agir naturalmente... ficar de risinho é pior. Mas você nunca sai de lá sem ter aprendido alguma coisa, nem que seja um brinquedo novo lançado. rs

"Sexshop não é nenhum bicho de 7 cabeças, mas a primeira vez é a mais difícil [como sempre]. Ah! Aprendi que dá pra sentir gosto até de caipirinha em "certos momentos" com um gelzinho que vende lá.Nada mais brasileiro kkkkk"

Comprado o perfuminho na pior das intenções, lá se vai nossas duas meninas do amor nutrindo dentro de si os mais maquiavelicos dos pensamentos, sem nem mal conseguir esperar pela hora de usar. Fui, claro, pesquisar sobre o assunto pra saber se essa coisa de feromonio realmente funciona. Me deparo com isto:

"74% das pessoas que testaram feromônios (...) experimentaram um aumento de abraços, beijos e relações sexuais. Talvez o melhor conselho para aqueles que estão procurando um parceiro ou procurando levar o seu relacionamento a um outro nível é de dar uma boa cheirada!"

rsrsrsrssrss
Meu Deus. E tem mais! Por causa do feromônio "a maioria das mulheres que vivem com ou perto de outras mulheres ajustam o tempo do seu ciclo menstrual entre si." É verdade? Você e as amigas com quem convive, menstruam mais ou menos na mesma época? Então deve ser serio mesmo isso de feromonio. Que absurdo. rs
Mas enfim. Pedi pra setir o cheiro do perfume (#tenso). O cheiro é bom, doce, meio pegajoso e sutilmente amadeirado no final. Eu senti uma parada diferente sim, mas eu tenho quase certeza que foi uma pressão pscicológica ai a pessoa acaba ficando sugerida a achar alguma coisa. De qualquer forma as meninas me prometeram usar e depois me relatar a experiencia. Esperei.

"A 1ª vez coloquei pouquinho, com receio de ficar muito... muito perigosa! Vi que o resultado vem depois que você coloca MUITO, MUITO, MUITO! O efeito é muito bom. Mas é preciso ter em mente o nome de um perfume bem doce, caso ele quira saber o nome!"

"Dá certo, depende do referencial. Funciona se já existir uma química entre você e o cara. Se não for assim, o máximo que vai acontecer é ele dizer que você está cheirosa, dar umas indiretas e pronto. Mas se você já tiver ficado com ele, o negócio vai pegar fogo."

Pronto. Das duas uma: ou o perfume funciona ou então ele faz com que a menina se sinta realmente uma feiticeira e acaba fazendo dar certo o encanto. Atrai o homem ou faz a mulher se sentir atraente. Bom, não sei, só sei que pareceu dar certo. Ambas as meninas usaram e notaram diferenças na abordagem masculina. E quem sou eu pra dizer que não?

"Eu recomendo. A dica é confiar em si mesma porque não tem feromonio que funcione em uma mulher que não acredita que pode."

"Pra fisgar o homem o perfume ajuda a esquentar as coisas. Mas é claro que você tem que ter também um 'jogo de cintura' muito bom... em todos os sentidos. rsrsrsrs"

Ui.
Depois dessa, fico até sem jeito.
Melhor ficar calado, né?
É. Té a próxima. ; )

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