7/30/2009

quando a gripe passa

Postado por Quanta Luz |

Há alguns posts atrás falamos sobre o amor que procuramos. E eu realmente creio que um dia todo mundo acaba encontrando, por acaso ou por providência, aquela pessoa capaz de fazer a alma mudar de cor.
Bom, pelo menos enquanto se está somente à procura as coisas ainda estão bem, acredite em mim. Melhor estar sozinho acreditando que estará bem acompanhado depois, do que estar acompanhado e lamentar porque a companhia não é o que a gente esperava. Isso sim é trágico. Até porque quanto a solidão, isso é normal. Não é que você vá ser sempre sozinho, você está sozinho. Lá no fundo um turbilhão de expectativas te povoam loucas para serem correspondidas. Mas expectativas são um perigo porque o que se espera quase nunca corresponde a realidade. E é aqui que hoje a porca torce o rabo: quando a gente pede coca e bebe pepsi.
Vou começar acabando com o barato de vocês (chispando os violinos).
Sabe tudo o que você imaginou ou imagina pra quando encotrar a pessoa certa?
Pronto.
Corte pela metade.
No inicio, realmente, vai ser tudo mágico. O nome disso é paixão, química alterada, dependencia. Faz com que estar juntos seja a condição para você continuar a sobreviver. É uma fome de um pelo outro que vira tudo de cabeça pra baixo e a única coisa que permanece nos eixos é você e ele. Nessa ocasião tudo é muito lindo e ele a personificação de tudo o que é perfeito. A pscicologia explica e diz que os apaixonados vivem num estado de pré-loucura, num fascinio tão grande que só enxerga e ouve o que quer ou o que interessa.

"Eu ainda lembro no começo, e eu achava ele o maximo. Ele mandava mais mensagens, músicas, depoimentos, tinha mais paciencia. Nos primeiros minutos do aniversario de namoro ele já mandava uma mensagem. Agora não lembra da data, e isso tem se repetido nos últimos quatro meses."

Aos poucos, assim como uma poção mágica que vai perdendo o efeito a medida que se transpira, você começa a enxergar a realidade. Sabe aquela mania dele ou aquele jeitinho de ser que você achava "L-I-N-D-O" no começo? Pronto, esse mesmo.
Vai chegar uma hora que aquilo vai ser UÓ! E no limite do insuportável você chega a se perguntar por quanto tempo vai conseguir conviver com aquilo.

"No começo eu adorava o perfume dele e a mania de proteção. Depois eu quase tinha um treco qundo sentia o cheiro dele e morria de raiva dessa super proteção fdp ¬¬ Mas eu achava a coisa mais linda no começo."

Percebi, enquanto escrevia esse texto, que a super proteção que, na verdade, é uma característica típica dos homens num relacionamento, no início é motivo de encanto pras meninas. Elas ficam derretidas com o fato deles estarem sempre protegendo elas. Mas uma hora proteção se confunde com prisão... Sim porque há uma grande diferença entre querer te poupar do perigo e proibir que você se arrisque. É a aquela grande mania masculina de posse.
E o namoro pode ainda alcançar níveis mais elevados de desencanto:

"Parece que depois de um tempo de namoro as coisas vão perdendo a graça, o coração já não pulsa mais como antes... o beijo não parece tão sedento. Hoje me peguei beijando ele pensando em coisas como: será que eu desliguei a luz do quarto?!"

O problema é que as pessoas acham que estão amando quando se apaixonam, e por isso querem que toda aquela euforia persista. Claro que eu não seria tão clichê ao ponto de vir dizer que paixão é passageira e amor é pra sempre. Não, embora exista verdade, há um detalhe. Paixão e amor não são diferentes, porque são a mesma coisa. Paixão, na verdade, é um estado patológico do amor, ou seja, é amor com gripe. Não é espetacular? rsrs
É gripe cuja corisa é você escorrendo da parede para o chão toda abobalhada. Amor cuja febre é o calor sobrenatural, o fogo inextinguível que nos acomete e impede de dormir. Paixão que quando não é correspondida tem o quadro clínico agravado fazendo surgir dores no corpo... dor no peito, de tanta tristeza.
Entretanto, todavia, porém... para as patologias existe uma cura. E após os comprimidos diários de tempo, os sintomas da paixão desaparecem e o amor surge como o sol: lindo, forte e... normal. Sim, porque faz meses que você olha pra cara do indivíduo e ninguém se entusiasma pelo que não é novidade, que não é intrigante, que é corriqueiro.

"O que eu sei é que antes não me imaginava sem ele, e hoje eu não sei mais se quero estar. É como se eu pudesse ficar sem ele se assim tivesse que ser, entende?"

Entendo. E é aqui que o garçom, finalmente, troca a sua pepsi por uma coca.
Quando o amor está gripado (adorei a analogia de hoje) as pessoas estão com toda aquela química alterada, os instintos e impulsos falam mais alto, e estar junto é uma questão de dependencia, de necessidade, algo como alimentar um vício. Mas quando a gripe passa, e ai o amor assume sua forma verdadeira, estar junto daquela pessoa não é mais uma necessidade e sim uma escolha. Você está com a pessoa porque você escolhe estar com ela, seja por que ela te faz bem, porque você gosta da companhia, enfim. Se, apesar dos pesares, você chegou a esse ponto e de fato escolheu estar ali, então isso mostra como você realmente gosta da pessoa e que soube fazer da gripe uma resistência imunológica, ou seja, soube fortalecer o sentimento que acabou assumindo uma forma madura, consistente e, claro, saudável.

"Antes talvez a preocupação em conquistar fosse maior. Aliás, claro que era. Mas achoque a conquista tem que ser diária né? Como uma planta que quando para de aguar, morre..."

É verdade. Claro que amor é um estado mais estável e brando das coisas, mas isso de forma alguma significa morgação. Claro que é diferente, e você acaba achando que a pessoa era uma coisa e não era ou então que não tá dando certo. Mas em muitos casos não é isso. É que o sentimento muda, não adianta. O que você tem que fazer aqui é se perguntar o seguinte: "O que você sente por essa pessoa e o que ela sente por você, é suficiente para manter você num relacionamento?"
É como ela disse... É um sentimento que precisa e deve ser cultivado da melhor forma possível. Tudo é uma questão de diálogo e bom entendimento. Se há insatisfação, não acostume-se com ela. Reivindique o que é seu por direito, as vezes é só uma questão de dar o valor correto as coisas. Até porque "Se o amor é forte, puro e verdadeiro não há nada que destrua passe o tempo que passar".
(e é preciso realmente estar com muito sono como eu tô agora pra citar Daniel)




Ah e lembrem:
ao persistirem os sintomas da gripe, consulte o seu piscicólogo.
rsrs

7/28/2009

a primeira vez de uma mulher...com o salto.

Postado por Quanta Luz |

Não é preciso recorrer aos livros de história para saber que sapatos foram criados para elevar uma mulher àquele lugar que lhes pertence por direito: a cobertura do mundo. Daqui do térreo nós homens permanecemos subjugados pelo inegável poder que um salto exerce numa mulher e no metro quadrado a sua volta. Subir no salto, mais do que calçar um sapato, é assumir uma postura, um jeito de ser, deixar que o seu alter ego assuma o comando. E é exatamente assim que dou o primeiro potoc de hoje com a badalada frase da incrível e fascinante Sarah Jessica Parker: "sapatos são melhores que homens e sexo".
Bom...
Não que eu esteja realmente numa posição capaz de concordar ou não (rsrs), mas estou muito certo que o caminho é mais ou menos esse, uma vez que sapatos mexem com várias espécies de sentimento. Eles remetem a caminhos entre instintos e paixões, que vão do provocativo ao ostentável e do bem-estar ao sacrificio. Produz desejos, seduz olhares, vira vicio, assina um estilo e, ainda por cima, te faz mais alta. Se sapato é melhor que sexo, bom isso me digam vocês, mas eu em minha função de espectador do mundo feminino acho que sapato e sexo tem mais a ver do que vocês imaginam. Vejam só.
Sexo é sobre caça e caçador certo? Vocês me entendem. Vamos dizer que vocês são caçadoras e que o sapato é a caça (o que reflete bem o estilo safári que está em alta rsrs). Ai você avista uma loja e pára na frente da vitrine. Começa a dança do acasalamento... Você olha pra um, olha pra outro, inclina a cabeça praquele ali atras até que, dentre todos os concorrentes, você se vê perdidamente apaixonada por um peep-toe vermelho de salto vertiginoso implorando pra que você o leve pra casa (parecido com esse ai em cima).
Você entra na loja. As vendedoras são as amigas mediadoras do seu rolo com o sapato e que o chamam pra te apresentar. Você nunca tinha calçado um salto daquela altura, mas uma hora isso tinha que acontecer. Dá um pegada, olha, dá uma viradinha, sente a textura, namora e vai pra cama... quer dizer, pra frente do espelho (se bem que cama de motel é na frente do espelho mesmo né hehe).
Não se pode negar que o encaixe típico do sexo é surpreendentemente semelhante ao encaixe do pé em um sapato (você vai lembrar disso na proxima vez que for calçar um). A primeira vez que você calça, alias, dói um pouquinho. Mas depois que vai amaciando e o sapato se torna mais e mais seu, é tipo... ótimo. No início você tá um pouco insegura e até com medo de... desequilibrar. No entanto, a despeito da instabilidade do salto (ou da situação ;P), ali você se sente mais mulher do que nunca. A aceleração dos batimentos cardíacos preparando o corpo à procura de um novo centro de gravidade e o enrijecer dos músculos para sustentar-se sobre o corpo/sapato, se harmonizam de forma a provocar o clímax desta relação tão... unida, digamos assim. E ai quando você assumir o comando e der os primeiros passos a bordo do seu salto over 10...
SIN-TA-O-PO-DER.
De repente você enxerga no espelho tudo o que você quer ser. Quando caminha sobre eles, é como se você fosse à prova de bala, nenhuma comentário do mau te atinge. Os quadris adquirem o balançado natural produzido pelo salto e toda a postura muda. Automaticamente você se esquece como era a vida lá embaixo e em dois segundos já está viciada na dor e beleza de um salto. A feminilidade consegue finalmente alcançar a sua expressão máxima e, você, os centímetros a mais que tanto deseja. Nessas horas toda a dor que se você venha a sentir é sacrifício e todo sacrifício é revertido em recompensa. E a recompensa é que você, de um centimetro pra outro, se transformou no must have da balada.
Quer mais orgasmo que isso?
rsrsrs
E agora que você está iniciada (e eu fui do mal né, ja que fui te dando um de 15 centimetros... eita... isso soou bem ambiguo), o mundo está literalmente a seus pés. Desafie as alturas, ouse num peep toe pele de croco, numa meia pata pesada ou numa open boot que tira o fôlego de todos, inclusive o meu que fico aqui embaixo vendo vocês passarem.
E nesse texto, em que eu absolutamente não sei se falei sobre sexo ou sapatos, deixo vocês com uma frase tudo a ver que li outro dia numa revista:

"Tem gente que toma antidepressivos. Outras, usam salto alto".

sorte a de vocês que podem usar um.
rs

7/25/2009

a caixa de ferramentas das mulheres

Postado por Quanta Luz |

Houve um tempo, uma música e um filme ( que Madonna imitou), em que os diamantes eram os melhores amigos das mulheres.

Não-são-mais.
The girl's best friends do século XXI são as bolsas e os sapatos.
Partindo da lojinha sem vitrine para o solado vermelho irresistivel de um Louboutin, da surpeendente falsificação até o luxo de uma bolsa leopardo chez Miuccia Prada, sapatos e bolsas são itens que nasceram para fazer de uma mulher o sparkling diamond em pessoa.
Comecemos pelas bolsas.
Toda e cada mulher possui uma bolsa, isto é fato incontestável.
Alias uma é exagero né? Bora combinar... Três, no minimo! Uma preta, uma marrom e outra cor-de-kipling. Quase todas as meninas (sérias dúvidas sobre o quase) tem um exemplar da kipling. Vejo demais aqueles macaquinhos penduricando de um lado pra outro, e de todas as cores.
Mas há de se convir que a utilidade de uma bolsa é inegável. É a versão delas para uma caixa de ferramentas, só que o que elas consertam são coisas do tipo 'marcas indesejáveis na testa'. E essas correções são verdadeiros rebocos aplicados com várias camadas de corretivo, base e todas as outras ferramentas que, é claro, não se encontra na lojinha de construção. A chave de fenda delas corresponde ao aplicador de sombra, os parafusos são os brincos, o alicate e a lixa são os de unha, a tinta é o esmalte, a fita isolante é o band-aid da betty boop, e a chave-mestra é um batom.
Ali elas carregam ainda todas as outras ferramentas para todos os outros tipos de eventos (sim porque na vida de uma mulher todo acontecimento é um evento). Tem carteira, documentos (leia-se cartão de fidelidade do salão de beleza rsrsrs) e anexos embrionários como absorvente, livrinho, lenço, e as vezes itens de viagem como pasta e escova de dente. Sempre que eu peço alguma coisa e elas me respondem "tá na minha bolsa Edu!", essa é a chance que eu tenho de desbravar a cartola de onde sai o coelho.
Primeiro é uma sensação de vazio... vou tateando, sinto a textura do couro da carteira, o gloss, o formato cilindrico do vibrad... opa!
hehehe brincadeira, nao resisti.
Prosseguindo. Ai encontro um lapis de olho, reconheço aquelas caixinhas de espelho-com-sombra que eu nunca sei abrir, e as vezes até acho um papel de chiclete que só Deus sabe há quanto tempo está la. E as vezes se eu remexer muito mesmo dá até pra sentir uma areiazinha no fundo da bolsa que eu nao imagino de onde deve vir, mas que sempre tem (meninas, lavem essas bolsas!).
Ai tudo piorou/melhorou quando em 2007 um seleto grupo de designers trouxe para as passarelas as tão comentadas maxibolsas. Pronto... bolsa gigante, e espaço sobrando: bora jogar coisa lá dentro minha gente! uhuu
Tem umas que carregam ali um pedaço delas mesmas. E eu acho que vem dai o fato das bolsas serem um pouco da extensão da personalidade da dona. Olha só:

*Tem as mulheres high-tech que levam dentro da bolsa o notebook, o palm, o mp3,4,5,6,7,8,9 incluso o celular-monstro.
*As aventureiras que carregam roupa, calcinha e as vezes ate sapato dentro.
*O tipo "cada mergulho é um flash" que tem sempre uma camera dentro da bolsa para nao perder a chance de se fotografar com as amigas fazendo biquinho no banheiro do shopping (e depois postar no orkut).
*As ecológicas
e suas ecobags que trazem uma infinidade de panfletos e papeis de bombom porque se recusam a jogar no chão e poluir o ambiente.
*Tem também as bolsas farmácia com boas variedades de comprimidos pra colica, dor de cabeça e anticoncepcional.
*As candy-girls que carregam caixa de tic-tac, big-big espalhado pelo fundo e pacotes de trident (que elas abrem escondido lá dentro da bolsa, uma vez que trident é dessas coisas que ninguem gosta de dividir)
*Ou as mulheres papelaria que trazem canetas para cada cor do arco-íris bem como varias espécies de papel e bloquinhos.


E se tudo isso ainda não é suficiente, bom, então elas dão o jeito delas né: "eu andava com um pesozinho (sim ela disse pesozinho) dentro da bolsa, gosto dela meio pesada." Nesse caso seria o que... mulher fitness?
Mon dieu, daria todos os botões desse sofá pra ter uma foto do interior de cada uma dessas malas portáteis.
rs
Bom, mas seguindo para além da fronteira do útil, acho que bolsa é também item fundamental de um dress you up, e que fala por si mesma. Você pode estar usando aquele short-camiseta que é a personificação do desleixe mas se estiver com a bolsa certa, você se eleva de imediato para uma versão "it-girl num badalado verão em Saint-Tropez". E, é claro, da mesma forma que a bolsa te dá aquele upgrade, ela pode até com muita facilidade fazer despencar o look que você está usando no sentido Oscar Freire-->25 de Março. Para as sacerdotisas do esmalte, bolsa é um item que é primordialissíssimo na hora de dar o tom de uma produção, ou seja, do reles ao chic. Não é a toa que "bolas são para os homens o que bolsas são para mulheres" né?
E é exatamente nesta categoria de ícone fashion, que surgem os sapatos, par inseparável de uma bolsa. Os sapatos, é dito, figuram como o fruto do pecado destes novos tempos, aqueles pelos quais as discipulas de Eva praticam o milenar e nada complicado oficio do "sentir-se tentada e não resistir". Os sapatos que são, alias, o tema do próximo post.


a gente se vê lá.
xero do edu.

(ah! e comentem minha gente! compartilhem as particularidades que envolvem uma bolsa feminina... isto é um sofá, e foi feito pra gente conversar mesmo rs)

7/20/2009

homens são bolas

Postado por Quanta Luz |

Carrie Bradshaw, personagem icônica da série Sex and the City, disse certa vez a seguinte frase: "Bolas são para os homens o que bolsas são para mulheres". Palmas para Carrie gente... ela está cheia de razão. As palavras caem como uma luva e achei que seria a melhor maneira de começar um texto sobre homens, futebol e suas (respectivas) bolas.
Atire uma almofada a menina que neste sofá nunca se estressou com o futebol do namorado ou do sei-la-o-que. Já recebi queixas demais sobre o cara dar mais atenção a bola do que a elas. E quando eu digo bolas, que fique claro, é a do futebol e a dos outros caras também. Em nenhum lugar do mundo você vai encontrar homens que se beijam e se abraçam e interagem de forma tão viceral quanto àqueles que se reunem diante de uma partida de futebol. Se encontrar, manda o link pra mim blz?
A verdade é que nada faz um homem tão satisfeito quanto estar junto dos amigos dele curtindo a cervejinha e o futebol. Quando dois deles se encontram... Alias, dois nao. Eles raramente saem em dupla pelo temor de serem tachados de "casal". Quando tres ou mais se encontram a alegria que se aloja ali é interessante de se observar. Os homens entre eles nutrem uma relação que me causa uma inquietante curiosidade.
Eles são uma espécie socialmente travada por natureza. Um bicho que retém impulsos, mede gestos e palavras, como que para impedir que uma fenda se abra em sua parede de macheza. Eles raramente dançam de verdade pelo temor de rebolar demais e nunca dizem mais que meia duzia de palavras para falar de outro homem. Aliás, eles falam pouco... porque ponderam muito sobre o que vão falar.
Entretanto, todavia, porém... quando a religião das quartas e domingos lhes convoca a vestir o uniforme do time o mundo deles se transforma. Seja na pelada ou na mesa do bar onde o jogo vai ser transmitido, eles já chegam naquele entusiasmo que você só lembra ter existido no incio do namoro de vocês quando esse teu par de bolas ai era novidade. Nossa... nunca tinha parado pra pensar como homem gosta de uma bola né? Bom, mas enfim... Em que bola eu tava? ah sim. Ai eles pedem a cerveja e o aperitivo (leia-se vinho e hostia) e tome a encher a cara e a torcer pelo time (leia-se comungar).
Bola vai, alcool vem... As emoções começam a aflorar e todas as regras de conduta que eles seguem durante a semana são quebradas:

a) Um homem não pode abraçar outro homem.


-Gooooool! Vem cá me dá um abraço cara, esse ano a gente sobe pra série A!!

b) Homem não beija outro homem


- Aeee empatou!! Vai pra prorrogação! Uhhh, obrigado meu Deus (tasca um beijo no colega)

c) Homem não chora



- Hã? Como assim velho? Esse filho da p*** perdeu o penalti??!!! Por que meu Deus??? (lágrimas)

d) Homem não acha outro homem bonito


- O Kaká? O cara é lindo pra cara*** mesmo!! joga no meu time.

e) Brincar de pegar no pau do amigo


- (abstenho-me de comentar o que essa brincadeira deles possa significar).

Pronto, ele agora pode voltar a usar a armadura pra depois ir ver a namorada. Mas cá entre nós...somente porque elas tem duas bolas no ataque e contra-ataque entende? Homem é mesmo fissurado num negocio redondo (merchan da skol).
rsrs
É meninas, vejam só...
Não se ofendam com a atenção que eles dispensam aos amigos e ao jogo. Não é nada com você. É que eles tem uma necessidade quase fisiológica de viver isso que eu falei ai em cima, não exatamente dessa forma, claro. Eles precisam de bolas da mesma forma que vocês precisam de bolsas. É como um lugar comum onde eles descansam do dever do gênero de ser o lado mais forte, o que defende, o que encara, o que lidera, o que toma iniciativas, que decide, protege e alimenta. É como se o vestiário, depois da pelada, fosse o lugar onde a sociedade secreta dos homens se encontram em nome de uma vida alternativa a que eles tem na maior parte do tempo. Ali quando só está ele, o futebol e os caras, ele não tem que ser absolutamente nada além de um espectador. E isso é um alívio que vocês não imaginam.
Pensem nisso!






(Mas Isso não quer dizer que vocês não possam usar toda essa historia deles darem atençao demais ao futebol como chantagem emocional ou o argumento que mexe na ferida, capaz de te fazer vencer qualquer discussão que você venham a ter um dia... hehe Lembrem que se eles são bolas, é vocês que os conduzem ao gol! orr... droga. Era pra eu ter terminado o texto ali em cima. Eu sempre puxo a sardinha pras mulheres nesse blog, ora BOLAS! rsrs)

xero!!

7/09/2009

sobre os eternos - a revanche

Postado por Quanta Luz |

Bom, a gente ja conversou sobre várias espécies de assunto por aqui né? Mas nenhum texto fez tanto sucesso (ou recebeu mais comentários) que o "sobre os eternos". É por causa disso que decidi escrever uma continuação, ou melhor, a perspectiva do que vem além da eternidade, se é que dá pra se imaginar uma coisa dessas.

Naquele dia eu comecei o texto com "Todo mundo tem alguém que é para sempre". Admito que naquela hora eu estava particularmente nostálgico me afundando numa música que fala sobre o mal estar de uma pós-separação. Talvez eu tenha exagerado, talvez não. Mas hoje reformulo a frase: todo mundo tem alguém que não se esquece. E acho, é bem melhor assim.
É estranho, mas as vezes quando to lá no MSN oferecendo ombro amigo virtual ou tentando trazer algum consolo aos corações acelerados, eu acabo me auto aconselhando. As vezes eu digo uma coisa e tipo "caramba é isso mesmo", como se ela estivesse aqui escondida em algum lugar em mim esperando ser descoberta por vocês. Aconteceu isso no caso dos eternos. Tava falando com uma amiga minha sobre isso e compreendi por meio das coisas que eu disse, que ninguém é para sempre, pelo menos não do jeito que sempre foi.
Ela me perguntou se eu ainda gostava de uma pessoa ai, cujo nome e pernas absolutamente não vem ao caso. Parei, pensei. Respondi que quando eu amo alguem, eu amo pra sempre... O que acontece é que com o tempo ou com o desgaste, a forma como a gente ama aquela pessoa se transforma. Para os que tem sorte e sabem lidar com determinados tipos de situações, aquela espécie de amor consegue ser uma amizade positiva. Alguns, transformam amor em ódio, para que desta forma consigam tirar na força uma coisa que não quis sair educadamente. Para outros, aquele amor permanece sim sempre amor, só que envolto numa carapaça indestrutível. Esses são conscientes e sensatos o suficiente para entender que o que passou, passou e ponto final. E para muitos ou a maioria de nós, parar de alimentar o coração com esse amor sem prazo de validade é difícil demais.
São verdades que vivo escutando por aí, e da mesma forma que tenho escutado os problemas também ouço falar da forma como eles tem sido resolvidos. E acho que a solução encontrada por alguns é até bastante simples. "Se você quer vencer um eterno, enfrente-o".

"é muito ruim ter que falar dele de novo, mas finalmente eu to livre daquela peste. Eu precisei ver ele por uns 4 dias seguidos pra notar que era só obssessão minha... tinha me acostumado já com isso."

Fale dele, conviva, ao inves de tentar esquecer ou afastar pois essas são táticas que no lugar de anular, só fortalecem a pessoa que a gente quer combater dentro da gente. Fato é que quando a gente evita alguém, ela invariavelmente se torna um pensamento recorrente. E pensamento, bom, todos nós sabemos que ele nos habita contra a nossa vontade e várias vezes ao dia. Então deixa fluir... Sinta o que você quer sentir e tenta entender o que ele é ou significa. Não aperta logo o delete, no lugar disso segura o shift e escreve o nome dele em letras garrafais.
Se a gente parar pra pensar bem, não é mesmo isso a coisa mais sensata a se fazer? Quando a gente vai resolver um problema matemático por exemplo, é isso que a gente faz... A gente le, rele, interpreta, esmiuça, procura informações nas entrelinhas, até que consegue todos os dados que precisamos pra aplicar na fórmula e chegar ao valor de x (bem como das variáveis pedro, tiago, felipe, renan e andré). Nunca ouvi falar de alguem que superou um obstaculo fugindo dele. Se você quer que o seu eterno seja um produto com prazo de validade para fevereiro passado, então o Edu remcomenda: DR! Discuta, fale, esclareça tudo que existe e o que você quer dizer. Vá pro cara a cara... somente assim você pode ter a liberdade de dizer: fiz tudo que havia para ser feito, se não deu certo, não era pra dar. As vezes a gente nao consegue superar uma pessoa porque fica naquela ilusão de achar que tudo poderia ter sido diferente.
Os eternos são isso que gente já sabe, o tal do desejo realizado pela metade. Quanto mais a gente tentar esquecer e fingir que esqueceu mais desejados eles serão. Você pode até excluir do orkut e MSN, mas se um dia ele te colocar contra a parede... Pronto, é o mesmo que girar o botão do fogão até o maximo. Se tentar esquecer e afastar não tá dando certo, é hora de mudar a estratégia.
Existem pessoas que a gente nunca esquece, mas nenhuma é insuperável.

Que vocês acham?

7/03/2009

eu no meio

Postado por Quanta Luz |

Chegou a hora do coelho sair da cartola.

Este é um post esquizofrênico inteiramente dedicado a apresentar a todos e todas, quem se esconde por trás do sofá segurando um gravador. Sim, é esquizofrênico porque quem está digitando é a mesma pessoa que está sendo tratada aqui, e vou falar sobre ela na terceira pessoa.
Bom. Em primeiro lugar o nome do cara é Eduardo, mas podem chamar de Edu. Tem gente que chama ele de Dudu ou Du. Du, dudu, Edu... tanto faz, o produto é o mesmo e a marca não altera a qualidade.
Ele mora nas entranhas de um planalto, na cidade que, se sabe, é a rainha do pedaço. De lá, sua rede wireless o conecta ao mundo que é o seu destino e maior medo. Desde pequeno esteve ligado às artes mais do que os outros coleguinhas de sala e era dono dos melhores cartazes de apresentação. Nerd, escondeu-se alguns anos por trás dos óculos de grau na costumeira quarta mesinha da terceira fila a partir da porta. Garoto notável, orgulho dos pais, aquele com quem todos querem fazer grupo de trabalho. Naquela época ele só andava com meninos, trocava figurinha do street fighter e sentia que faltava alguma coisa... uma alegria, uma luz, um upgrade.
Ai um dia, num lindo e vermelho dia, ele mudou as coisas. Tirou os oculos e decidiu que não precisava mais deles para enxergar o mundo. E o que viu, logo de cara, foi um monte de meninas ao seu redor. É que ali naquele ano (2005), ao contrário dos demais, ele sentou -se despropositadamente na primeira carteira na segunda fila a partir da porta. Por artimanha do destino, encontrou-se rodeado pelas sacerdotisas do esmalte, de uma ponta a outra e em todas as diagonais.
Aos poucos, começou a descobrir o submundo do cochicho feminino. Percebia o mistério dos bilhetes que elas trocavam aos risinhos, os códigos intrigantes que elas inventavam e, principalmente, a capacidade de faze-lo rir até a barriga doer. A forma como elas abordavam o mundo era absolutamente outra diferente e melhor que a dos meninos. Falar de outras pessoas na versão delas era como acrescentar calda de chocolate ao sorvete. Qualquer tema que tivessem que tratar ganhava grandes proporções porque elas não eram os seres encabulados e travados que são os meninos, em especial naquela idade. Burlar as regras do colégio era incrivelmente mais fácil porque as meninas, numa concepção geral, são seres pacíficos e dóceis as quais todo professor é capaz de ceder (e que sabem mentir como jamais um menino saberia).
E assim sendo, o menino nota dez sentiu a incontrolável vontade de estar com elas todas as horas que pudesse. Passou a frenquentar os círculos que elas formavam no intervalo das aulas, dos projetos extra-curriculares e, mais tarde, da vida social. Ele não prestava mais atenção ao que o professor de química queria dizer com alcenos, alcinos e alcanos... Ele só escutava o que elas conversavam.
Hoje ele tem 20 anos "de américa do sul", cursa Design na universidade e trancou Jornalismo. Idolatra comida japonesa e cozinha de uma forma tão revolucionária que só ele consegue engolir o que faz. Gosta de verde, adora filmes dramáticos e evolui para energia toda vez que dança. Seus melhores amigos são mulheres (claro!) espalhadas pelas ruas, calçadas, bares, lojas, quartos, esquinas, faculdades, festas... Todas por ai mas sempre ao redor dele. Até porque se assim não fosse não haveria sofá, nada seria vermelho e elas e eu no meio jamais seria um blog. As mulheres são tudo na vida do Edu, e ele absolutamente não sabe viver sem elas.

E é por essas e outras que eu estou sempre voltando pra esse sofá que já virou ponto de encontro diário. Agora já estou devidamente apresentado... Muito prazer, eu sou o Edu ou, como queiram, o "eu no meio".


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