11/24/2009

@mundo

Postado por Quanta Luz |

A noite sempre cumprimenta o dia em silêncio. Já ouviram o discurso dela? Emudecida, recolhe-se em sua melancolia repleta de esperanças, sem a coragem de levantar os olhos e ficar cega. Ela acha, e nem desconfia, que ver o nada é enxergar tudo. Mas nem é disso que quero falar, dessas horas em que o manto escuro veste o mundo. Vou agora andar ao contrário pra que tudo pare no imaculado segundo em que o homem e o chão não é um nem outro. Quando a luz não é luz e a sombra não é sombra. Estou aqui, no meio fio do mundo, cansado. Esperando que o sol, na coxia, evapore as lágrimas que ele chora e finja a antiga alegria desesperada que encanta os otimistas.
É certo que houve um tempo em que a gente achava que o que queríamos correspondia ao que se realizava. Inegavelmente, por um ano ou dois, conseguimos acreditar que a vida não é bem essa tragédia que as pessoas cochicham por trás da porta. Ninguém quer que os outros descubram o caos que é a própria vida, e, debilmente, fingem um ar fugaz que volta pra sufocar assim que deitam a cabeça no travesseiro. A noite é muda, e costuma ser implacável a menos que você tome dois comprimidos de azul-céu.
Um dia descobrimos, lívidos e consternados, que querer não é conseguir, que andar não é prosseguir, que não pensar só é bom a curto prazo e que, finalmente, amar é bem menos do que você pensa ou algo muito diferente do que dizem os mais velhos. Com o tempo (e só com ele), você compreende que o primeiro amor raramente será o único e que as pessoas únicas dificilmente estarão com você no fim da vida. Fatalmente o "cada um por si" se torna uma verdade independente do "você não está só".
Perdão o pessimismo.
Perdão o realismo.
Mas o maior fato de todos é que a gente nasce, obrigatoriamente se relaciona, experimenta, acha ruim ou o máximo, perde as chaves pelo caminho, erra muito, aprende três coisas e, apesar de amar alguém, morre.
Mas que chato eu estou sendo ao dizer isso né?
Ninguém quer ouvir a verdade. O que a gente quer é viver os segundos ao invés das horas. E porque é rápido, queremos muito de uma só vez. Eu quero tudo de uma só vez e que sobre pro final de semana. Todos os dias temos a oportunidade de olhar pro espelho e, com cara de criança, subir a árvore que ninguém deixa a gente subir. O sol (esse falso) nos acorda todos os dias de manhã pedindo para que, por ele, a gente escolha ser alguém diferente de quem éramos ontem e indiferente da de quem seremos amanhã. É que com os anos, os músculos enrijecem, a mente falha, o coração esfria e a verdade maior que todas as verdades...brilha queimando. E ninguém quer ouvir a verdade que destrua a delícia de ser um mentiroso.
A vida é engraçada. Demais até.
Mas o que me destrói, mais do que o vento que corta a rocha, mais do que a água que inunda as ruas, mais do que a terra que traga os desavisados... é quando alguém me encara com a insuportável despretensão de quem talvez ama e que somente vive aquilo que desperta a curiosidade. Quando alguém abre um sorriso largo e ligeiramente intrigado, assim como se dissesse: "não entendo porque me ama, mas acho bonitinho."
Eu acho engraçado.
Acho engraçado que a vida seja engraçada por ser prepotente e mal educada. Acho engraçado que a gente passe a vida no limite do abismo e seja enterrado com a roupa combinando com as meias. Que o epitáfio, gravado na lápide, seja "amado irmão" e não "como passou rápido". Acho engraçado que eu esteja dizendo essas coisas aqui, sabendo que eu não tô nem aí pra verdade, que eu não tô nem aí pro que se deve estar e que eu só quero é saber por onde eu vou me aventurar amanhã.
Desculpa, acho que falei descombinado e rápido demais. Tô puxando conversa com o mundo e esperando que ele me dê atenção.
Enquanto isso, a gente fuma um cigarro.
Acende pra mim?

11/21/2009

cá entre fios

Postado por Quanta Luz |

Não há nada que carregue a nossa personalidade e até um estado de espírito como os cabelos fazem. As vezes uma mulher acorda sem saco pra vida e tudo o que consegue é fazer um rabo de cavalo. Quando há disposição, surge uma trança. Em outras vezes até que o cabelo ta legal, mas não há tempo de dar aquela velha escovada na franja... e ai não há duvida: franjão pra tras e grampo nela. E algumas vezes ele aparece solto e com movimento deixando aquele rastro de perfume que só o cabelo de uma mulher possui. E ali, entre um fio e outro, existe algo a ser dito.
Tem uma música dessas bandas de forró super engraçadinha chamada "Novo Namorado" (isso eduardo, que péssimo exemplo você trouxe hoje) que fala sobre a mulher que foi, digamos, passada pra trás por um homem. E ai ela fala que vai seguir em frente, que não vai se deixar abater e nesse processo ela canta: "Pintei o meu cabelo, me valorizei". Não gosto muito desse tipo de música, mas eu sempre achei esta interessante por explicitar uma peculiaridade feminina que é essa relação especial que elas mantém com o cabelo.

"Toda mulher a primeira coisa que muda é o cabelo.
Pra mim define muito a personalidade de alguém. A maneira de assumi-los reflete um pouco a maneira de encarar a vida"

It's true. Quando uma mulher pensa em mudar, ser outra e melhor, vai no espelho e de cara já vai mexendo no cabelo. Acho que espelhos foram feitos para ver se o cabelo está bom, mais do que qualquer outra coisa. E se vocês são noiadas do jeito que eu sou noiado, então não resistem ao velho vidro fumê de guerra. Isso é até uma coisa triste e irritante... todo carro pelo qual você passa, você olha pro vidro e ajeita o cabelo. É aceitável que todo o resto esteja desordenado, mas o cabelo feio é o fim.
Eu acho interessante perceber que uma vez que você tira 10 cm do comprimento do seu cabelo, você não é exatamente a pessoa que era com o cabelo antigo. E se é, determina-se a não ser mais. Cabelo é uma coisa que você tem que sustentar com a sua personalidade, não dá pra ter um corte de um jeito e agir de outro.

"Minha época de cabelo roxo 'coincidiu' com a época que eu passei mais tempo brigada com meu melhor amigo. Foi a época que eu mais descobri e procurei coisas novas"

Pintar o cabelo é a maneira mais evidente de por em prática uma nova era da sua vida, em especial se ela é radical. Mas a mulher há de estar preparada para os retoques recorrentes de raíz, hidratação e toda uma série de cuidados que um cabelo quimicamente tratado deve ter. Mas acho que um ritual a mais ou a menos nem faz diferença na vida de uma mulher porque tudo é, de fato, um ritual na vida delas. E por falar em química, não poderia vir aqui sem comentar sobre esse verdadeiro fenomeno e marco na história dos cabelos que é o tal do alisamento definitivo.
Exitem dezenas de tipos de alisamento e eu não acho que exista realmente grandes diferenças entre um e outro, corrijam-me se eu estiver errado. Mas acho que o alisamento é um treco complicado. Porque é muito comum o cabelo ficar com aquele aspecto palha, duro, né? Eu já vi muitos assim, e fico me perguntando se não é melhor assumir a beleza particular da realidade do que ser uma imitação sem muita classe.

"Meu cabelo era na cintura. Fui cortar e pedi que ela tirasse uns tres dedos. Ela tanto fez que acabou me fazendo acreditar que eu deveria cortar acima dos ombros. Meu cabelo era lindo."

Cabelo também é dinheiro. Essa é a minha diarista coitada. Veio do interior e foi inventar de cortar o cabelo numa "garagem" de beleza que tem aqui perto de casa. O cabelo da criatura jamais havia sido tocado por uma gotinha de amonia ou formol e nem sequer tinha sido pranchado algum dia na vida. 100% virgem e liso que não dava uma volta. E a cabelereira que não é besta nem nada tacou a tesoura no cabelo da pobre e guardou bem guardadinho pra vender naquele precinho camarada sem dizer nada. E essa não foi a primeira vitima dela. A mulher joga sempre a conversinha de que cabelo curto tá na moda e as meninas nem sabem que podem vender o proprio cabelo. Agora imagine o barraco que rola depois que a falcatrua é descoberta né. Só gritaria. Favela é um must!
E falando em gritaria. O que seria da briga de rua da mulherada se não fosse as longas madeixas? Primeira coisa que a mulher faz quando parte pra cima é puxar o cabelo da outra. É muito engraçado mulher brigando, como pode? Só presenciei uma dessas na vida e ninguém teve coragem de apartar... não porque não dava, mas porque ninguém queria perder o espetáculo. Vocês são engraçadas.
Mas enfim...
Gosto de pensar que sempre que a gente corta o cabelo, uma parte da gente vai embora, para nascer diferente. É como se ele fosse uma parte nossa impregnada dos cheiros que sentimos, do sol que tomamos, do vento com o qual dançamos, e até da pele de alguém que nos tocou e ficou por lá. O cabelo revela parte da nossa história recente e pode até dar pistas do tipo de vida que levamos, de como a encaramos e até o que pensamos.
O cabelo na vida de uma mulher é como o estrógeno da sua aparência. O que lhe confere exoticidade, neutralidade, beleza, apatia, limpeza ou até sensualidade. No fim das contas é o que diferencia realmente ela das outras. Há uma identidade lá.
Termino com as palavras de um autor que eu nao sei quem é, perdoe-me. Acho interessante a conotação dada aos cabelos que, realmente, dão muita margem para a poesia e são constantes no discurso de quem tá perdidamente apaixonado.

"
Carrega na cabeça, na parte do corpo que é mais nítida e mais marcada, uma coisa rebelde como um mar e confusa como uma floresta. Está quase fora do corpo, é uma espécie de jardim privado, onde o dono exerce à vontade sua fantasia e sua desordem. É qualquer coisa que cresce e que transborda como se estivesse livre do domínio da alma."


(agradecimentos especialíssimos a aryuska, leitora do blog, e que contribuiu profundamente para o texto de hoje! ela também tem um blog, Profundamente 'clica aqui'. ;D)

11/13/2009

sobre o que não consigo pronunciar

Postado por Quanta Luz |

Um texto direto do baú, para todos e todas que um dia chegaram no fim da linha.

"Andávamos por aí sem dizer nada como se tudo o que pudesse ser dito não fosse importante o suficiente para romper o silêncio solene que se aprofundava entre nós. Havia muito para ser conversado, mas pouco demais para ser compreendido. Uma mulher nos parou pedindo para tirar uma foto e eu achei que essa vida tem realmente um péssimo senso de humor. O fim havia chegado tão rápido e inesperado quanto o começo. Aquele era um momento que eu nunca queria estar vivendo e que eu nunca gostaria de lembrar. Mas aquela foto um dia, como quem não quer nada, irá surgir para mexer na ferida que, pensando bem... nunca vai fechar mesmo.
Paramos numa esquina como se uma bifurcação de estradas houvesse surgido em nosso caminho... e acho que era isso mesmo que havia ali. Eu disse que precisava ficar sozinho e o silencio que desabou depois daquela breve e seca afirmação estava repleto de sentimentos que a minha voz embargada e meus olhos marejados jamais saberiam traduzir. Eu queria ficar ali e que ele não fosse embora. O pés dele levavam-no pra longe e os meus não conseguiam sair do canto. Olhou pra trás como quem quer olhar uma ultima vez para aquilo que talvez não esteja mais ali. Eu teria chorado não fosse o fato de que meu sorriso sempre soube conter as minhas lágrimas.
Virei os olhos pro lado porque ve-lo desaparecer seria pior do que te-lo deixado ir embora. Andei com o coração estéril, a mente vazia e a vontade de fumar um cigarro. Colocava um pé na frente do outro como se estivesse aprendendo a andar novamente... Devagar, aos tropeços e olhando pro nada. Fui até uma banca de revistas, a mais distante que eu pudesse achar. Comprei um isqueiro branco e uma caixa de Camel. Tentei várias vezes acender e senti falta de que ele acendesse pra mim. Acabei fazendo o rombo que eu sempre faço em todo cigarro que acendo e traguei como se estivesse respirando o ar que ele respira.
Andei, andei, andei e andei. Fui comer no lugar que havíamos jantado na noite anterior. Sentei na mesa, olhei pra comida e duvidei que conseguisse engolir alguma coisa. Abri a minha revista e ele estava escrito lá. Olhei pro pão de queijo que ele pedia, e que eu pedi no extremo do meu gesto sádico, e ali também o encontrei. Até na sobremesa escutei ele dizer: "come não, morango é azedo". Uma mulher parou do lado da vitrine de comida para que o marido a fotografasse esboçando um sorriso falso e super ridículo. Ri comigo mesmo da palhaçada, e ele teria achado engraçado também.
De repente percebi, absolutamente sem chão, que onde quer que eu fosse e para onde quer que eu olhasse ele estaria lá, em especial quando ele não estivesse mais. E, por causa disso, vez ou outra o sal dos meus olhos se dissolviam na água que escorria da minha alma e eu tinha que voltar a concentrar-me no meu prato.
Fui embora dali, acendi outro cigarro e comecei a pensar junto com os quilometros que percorria. Sempre gostei de ignorar o fato de que todo começo tem um fim. E agora em que as forças me faltavam, não porque o fim parecia haver chegado mas porque andava demais, sentia que não podia mais fugir do inconfrontável.
Talvez exista alguém que ame mais do que eu amo e certamente que é amado mais do que eu sou. Só que ninguém em nenhum lugar deste mundo de gente doida e perdida ama da mesma forma que eu amo, mesmo porque amar mais não é amar melhor. Mas o que a gente pode fazer quando o amor que a gente embrulha num pacote com laços e fitas nem sequer é aberto? Há uma linda tragédia no velho fato de que damos muito mais do que recebemos.
E só quando a noite tinha caído é que percebi que por mais que eu andasse eu não iria chegar a lugar nenhum... porque o lugar que eu queria estar era só do lado dele. Nem na minha casa, nem nas ruas que me lembravam ele e nem nas lojas em que eu pudesse gastar todo meu dinheiro. Por fim, com medo de desfalecer no meio da calçada, decidi pegar um onibus pra casa. Sentei e esperei. O onibus chegou para que eu apenas olhasse pra ele, achando interessante o fato de que eu não iria entrar lá... E foi embora sem mim, me deixando só.
Só.
Por um tempo eu havia esquecido como era ser só. E nessa hora em que o desespero aperta a garganta e o coração bombeia tristeza no lugar de sangue, um torpor se espalhou pelo meu corpo devastando tudo o que havia germinado e crescido. Retornei ao chão árido e frio que sempre foi meu lugar secreto e diário, escondido por trás dos dentes e do fogo dos olhos. Não conseguia chorar. Ao invés disso sentia que o ar se recusava a entrar nos meus pulmões.
E agora estou aqui entre fumaça de cigarro e letras apressadas, imaginando, revivendo. Ele nem escutou a música que eu fiz pra ele. Será que fui eu que falhei? Será que não fui o que deveria ter sido e isto fatalmente nos levou até aqui? Mas acho que o que interessa é que o que eu sinto talvez nunca mude o fato de que ele não me ama como eu o amo. Eu teria cuidado dele, sorrido dele, brigado com ele, apoiado ele, discordado dele e amado ele por tanto tempo eu pudesse ter.
No fim das contas talvez eu tenha sido a pessoa certa, no lugar errado e na hora errada... Ou pessoa errada sempre, quem sabe. Com sorte haverá um tempo e um lugar em que possamos estar juntos. Porque ele é a pessoa certa sempre. Queria começar de novo, viver de novo, mesmo que tivesse que terminar de novo. Mas enquanto isso, sobrevivo, como sempre fiz, e finjo que nada aconteceu, como sempre soube fazer.

Um brinde a isso e um sorriso sádico para todos!"

11/02/2009

sobre as que não são mais

Postado por Quanta Luz |

Não adianta você regurgitar bons modos e nem proceder como manda o manual do "finjo que desprezo", o fato é que toda "ex" é uma espécie semeadora da discórdia. A grande massa feminina sabe e concorda que ex-namorada é a pedra no sapato de um relacionamento. São inúmeros os fatores para explicar a desavença, mas pode simplesmente ser só um: ele já amou outra mulher um dia. Quer coisa pior pra se imaginar?

"As ex-namoradas são odiadas pelo fato de acharem que só porque chegaram antes de você tem mais significado ou mais poder na vida do seu namorado."

"Elas são odiadas, porque houve uma história entre eles antes, e toda mulher sempre fica se medindo para conseguir ser melhor que a ex. Mas tem que ver né? se acabou era porque algum problema tinha... o que não dá é pra levar um namoro a três: você, seu namorado e a assombração da ex, assim não dá!"

Ex é uma assombração. Você quase nunca vê, de vez em quando sente a presença maligna e quando encontra em algum lugar é como puxar uma cordinha e virar um balde de água fria em cima de você. Eu fico pensando porque será que isso acontece... No fundo bate a insegurança de que ele, o seu namorado, numa possibilidade remota e nem tão descabida, venha a sentir novamente aquilo que ele sentia por ela no passado. O que é uma coisa que depende muito da forma como ele terminou o ultimo relacionamento dele. Os fins pacíficos sempre são melhores porque representam uma espécie de acordo ou a pura constatação de que não dava mais certo. Se terminou mal, às tapas e, em especial, em ódio, fique em alerta máxima. Onde há fumaça existe fogo.
Mas eu, particularmente em minha bolha de amores made in hollywood, acho que é impossível amar duas pessoas do mesmo jeito e ao mesmo tempo. Né? Então se ele está com você seria lógico achar que seja você quem ele gosta mais. Bom, seria lógico... Mas o que é a lógica quando se fala na lingua daquele carinha que bombeia sangue ne? O jeito é confiar e saber olhar nos olhos pra ter a certeza que lá dentro só está você e ninguem mais. Mas a despeito de qualquer clara constatação de exclusividade, sempre vai existir uma espécie de competição de você querendo manter-se acima da ex. Para este problema a solução é idiota: uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Não há como comparar, a menos que ele esteja tentando achar a falecida em você.

"Ela faz parte do passado dele, boa ou ruim tem uma historia com ele. Nada impede que ele um belo dia acorde e descubra que ainda é apaixonado por ela, é um risco que se corre... até o dia em que ele te dá a certeza que nao há motivos pra ele pensar ou olhar pra qualquer outra mulher."

E falando em encontrar esta horripilante criatura do pantano quando você tá num lugar com o seu namorado, isto pode ser um evento curiosamente recorrente, assim como se ela fosse capaz de adivinhar sempre pra onde você ta saindo com ele. Agora imagina a cena né... Você e ele numa mesa super naquela vibe, ai chega aquele cão dos infernos e senta numa mesa perto de vocês. E pior: ela vem falar com ele naquela simpatia, perguntando sobre o sobrinho dele que a adorava e até da mãe do teu namorado (sim, a sua sogra) que ela gostava tanto. Se eu fosse mulher numa situação dessas, quebrava os quatro dentes do garfo no crânio da desclassificada.
Encontrar a ex dele em qualquer lugar que seja é coisa que ninguem merece. O que é uma merda, porque isso é declarar para os quatro ventos o poder de perturbar que a pessoa possui:

"Eu mandei ele ir falar com ela, antes que ela viesse na mesa dá um de ex-namorada bem resolvida e simpática. Mas nunca briguei com ele por causa dela, não dou essa importancia toda a ela nao!"

"Encontrei ela na casa dele. Uma situaçao extremamente constragedora, porque eu nunca tinha visto ela antes e nem sabia como era o rosto. De repente vejo uma pessoa completamente desconhecida falando meu nome, e 'conversando' como se fosse uma amiga minha, ridiculo."

O fato da ex ser, obviamente, uma mulher, só piora as coisas. Mulher é esse bicho adepto das caras e bocas, que utilizam estratégias silenciosas para conseguirem por em prática as tramóias delas. Os ex-namorados por exemplo representam outro tipo de impressão bem diferente do que as ex namoradas, em especial se elas estão dispostas a fazer joguinho e atirar dardos envenenados. Aliás, dardos não, torpedos pro seu celular. Uma amiga minha coitada, quando começou a namorar com um menino começou a receber mensagens da ex dele, perguntando o que ela queria com o namorado DELA, dizendo que eles tinham ficado juntos dias atras sem ela saber, e toda uma carga de terrorismo al-qaeda que se possa imaginar. E comprar a briga não é a melhor das alternativas nessas horas.
Mas por mais estressante que seja, essas manifestações da ex-namorada são as menos ruins sabia? Porque tá na cara que essas mulheres são umas desavisadas sem um pingo de noção no juízo que, agindo assim, dificilmente vão conseguir alguma coisa contra você realmente ou a favor dela (tirando a indigestão que você teve na hora). A pior forma de conviver com a ex é quando o seu próprio namorado comenta sobre ela ou lembra dela por causa de alguma coisa que aconteceu ou viu (nao vou nem mencionar aqui trocar o seu nome pelo dela). Isso é a morte! O maior erro de um homem num relacionamento é falar da ex, a não ser que seja pra falar mal. Se há algum homem me lendo agora, jamais faça isso. Pra que mexer nisso? O passado está muito melhor acumulando poeira lá no porão entre os ratos (tomara que eles comam tudo).
E por falta de melhores palavras, termino expressando o sentimento geral da nação:

"Pensem o que for, façam o que quiserem fazer, mas o maximo que vocês vão conseguir agora é ser a outra, isso se é que ele ainda te quer. Porque a que ele vai levar pra casa, conviver com a familia, levar pra sair, apresentar como namorada sou EU."

rsrs
também acho.

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