4/23/2009

entre o mocinho e o bandido

Postado por Quanta Luz |

O que um homem precisa fazer pra te conquistar?

"Bom...eu acho lindo aquele tipo atencioso, que liga, que manda mensagem de boa noite e de bom dia, blablabla. Acho que esse deveria ser o jeito pra me conquistar. Mas quando chega um que faz todas essas coisas... eu não gosto dele. Porque acabo achando ele bonzinho demais e por isso bestinha demais. Normalmente os que me conquistam são os safados que nao ligam, que nao mandam mensagem e que não estão nem aí."

Ora ora, por que isso não surpreende? rsrs
Eu acho que cada vez que escrevo nesse blog, me aproximo do objetivo-mor de grande parte dos homens em matéria de relacionamento, que é entender as mulheres. Mesmo que eu batesse nessa mesma tecla todas as vezes (até a letrinha deixar de existir), isso não seria suficiente para dar conta de todas as coisas que dizem respeito a compreender uma mulher.
Elas dizem "romance" mas no fundo estão torcendo é para que o cara tenha "pegada". Nem adianta negar, ou querer defender a tese daquele homem utópico de hollywood. Ele pode ser a encarnação da beleza e fazer palpitar o coração... Mas nada como pegar de jeito. Descobri que é disso que elas gostam.

"Pegar de jeito e não me dar cabimento. Ele não pode ser bonzinho demais... No começo ele tem que ser caba safado mesmo. Depois, um "q" de preocupação: mensagenzinhas de madrugada, convites para sair no final de semana... Nada de romantismo demais. Chocolate e rosas de alguem que vc não conhece não é legal. Bom papo, inteligencia e bom humor é fundamental."

É... Bons tempos o da minha avó quando as cartinhas de amor eram o hit da época e as rosas o símbolo supremo de "você mexe comigo". Tudo era mais fácil... mas nada disso parece existir hoje em dia. Claro que ainda sobrevivem os caras que abrem a porta do carro e carregam as malas. Bonitinho né? Mas acho que é só. Não to dizendo que elas não gostam (apesar que já ouvi isso). O que digo é que a abordagem é absolutamente outra. Antes ser cavalheiro significava alguma coisa... Queria dizer que você respeita, se importa, e deixa claro que vai cuidar dela como um objeto de porcelana.
Mas as mulheres modernas são feitas de tudo, menos da fragilidade de uma porcelana . Ouso até dizer que abrir a porta do carro pode significar uma afronta, como se o cara estivesse violando a suprema independencia que elas conquistaram com tanta luta no passar dos anos. Mesmo as mais tradicionais não demonstram grande interesse... é legal, mas não necessário. O cavalherismo hoje em dia é tema tão a parte de tudo, que algumas vezes chega a soar forçado. Na pior das hipóteses, se torna falso.

"Às vezes esses cavalheiros são, na verdade, caras cheios de si que acham que basta isso para merecer uma mulher. A simplicidade pode ser bem melhor. É mais natural, autêntica... mais verdadeira. Melhor um companheiro meio sem jeito, que um cavalheiro de armadura enferrujada"

Acho que estamos aqui diante de uma revolução no modelo de homem-desejo. Tenho pra mim que suspirar com o protagonista daquela comédia-romântica super apaixonante, é só carência. Se você está acompanhada pelo namorado, aquela cena do beijo, ao invés de deixar ofegante e infeliz vai fazer com que você se agarre mais perto a ele e repita a cena a qual assistem. Não é verdade?
O que eu quero dizer é que o homem cavalheiro-romantico-nasceupramim não é mais o modelo de homem, até porque tem aquela velha historinha do "quando tenho, não quero mais". Esse homem reformulado é absolutamente fora dos padrões (quem ainda respeita padrões?). Ele é uma mistura de atitude, cafajestismo e romance (moderado, diga-se de passagem).
Agride ao senso próprio admitir, mas é isso ai. É como uma sequência de homens diferentes num só... o que faz jus a mania de simultaneidade que vocês mulheres tem.
Vamos ter uma visão da coisa?
Mulherada reunida ali na balada, bebendo, jogando franja, e dançando de leve. Elas desviam a atenção pro cara que chega e é notado por todas (esse é o homem-atitude). A gente já falou sobre linguagem corporal, preciso nem falar do reboliço de mãos e cabelos. Depois vem um momento que é crucial: a pegada. Pode confessar ai viu meninas, vocês gostam é de um cafa nessas horas (homem-cafajeste). A menina agora sentiu que ele tem mão firme. Claro que como todo bom cafajeste ele dá mole para outras na balada, enquanto você pensa ser exclusiva. Mas isso só aumenta o interesse por eles. E aí só falta passar no ultimo teste. E pra passar com 10 nada melhor que o menino mandar uma SMS quando chegar em casa dizendo qualquer coisinha boba sobre os dois e desejando boa noite (esse é o homem-romantico. Aqui é importante atentar para o fato de que o romantismo é bem moderado, ou o cara passa do chamado "fofo" para "carente-pegajoso").
E é mais ou menos isso: um três em um.
Haja homem.
De qualquer forma, mas quem diria que cafajestismo era ponto positivo né? Vocês mulheres na verdade gostam é de não receber toda aquela atenção, ou de ter que dividi-la. Como se a ultrajante hipótese dele não estar interessado em você acendesse o desejo de te-lo, seja pra curar o orgulho ou por puro interesse despertado "O que será que ele tem pra ter me ignorado? Impossível!"

"Assim... eu não dou muito valor quando tá na cara que ele tá atras de mim entende? num sei se eu sou diferente, mas eu gosto de ficar na dúvida se o cara tá afim de mim ou nao, isso é um motivo pra eu ir 'pesquisar' ele rsrs"

Faz sentido.
Tanto faz que é assim que são as coisas hoje em dia. O modelo de homem mudou... Vai do cavalheiro ao cafajeste, do alto romance ao desapego, das rosas às mensagens de celular no meio da noite. Curiosamente o que mais as atrai no geral, é o homem que não vai atrás. Vai ver o homem dos sonhos tenha sido feito apenas para se sonhar.

"...eu nao sei bem explicar, mas eu gosto daqueles que normalmente nunca fazem o que eu gostaria que fizesse"

Acho que esse é um sinal de que a independecia feminina alcançou, inclusive, o coração. Elas se deliciam em viver um romance no qual elas sejam as verdadeiras protagonistas, que tenham que batalhar por eles e não o contrário. Adoram não saber direito o que estão fazendo. Chamo isso de ressaca. Depois de tantos e tantos anos inebriadas no perfume exageradamente doce do romance, sempre estiveram à espera na janela e nunca desbravando horizontes em busca de um amor. Fato é: o interessante é o homem ser apenas um pedaço do que elas querem... porque, cá entre nós, o príncipe montado no cavalo é mais um hábito do que qualquer outra coisa.
As mulheres hoje estão muito mais exigentes. Procuram um homem com qualidades que encontrariam num Dom Juan e num Clark Kent com óculos de grau... tudo junto. Ele é quase o vilão das historinhas, mas ao contrário daqueles, é apaixonado pela mocinha. Um clássico western invertido. Homem bonzinho que respeita demais, que ama demais, que declara demais, é chato demais. O que avassala o coraçãozinho delas é o olhar 43 no qual se sentem desejadas e aquele sorriso de canto de boca que nasceu com o dom de ser cafajeste.
E sabe do uma coisa?
Dou o maior apoio. Tá na hora de quebrar tabus e edificar desejos. Nossos pais lutaram pela liberdade de ser o que se quer ser. Cabe a nós, em especial a vocês mulheres, tomar o partido e usufruir dessa liberdade. A pessoa com quem você vai passar o resto da vida pode estar em qualquer lugar, no mocinho, no bandido, ou nos dois!
Já disse Marta Medeiros: "O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa."
Falou e disse né?

4/18/2009

sobre os eternos

Postado por Quanta Luz |

Todo mundo tem alguém que é para sempre. Alguém que vem na mente bem no meio de uma quarta-feira de lentidão e que faz tão bem tanto quanto pode te fazer infeliz. A gente nem sabe por que ou como aquele alguém persiste na nossa vida independente da profusão de tudo que se sucede e da aparente insignificancia que representa.
Talvez aquela pessoa sobreviva na memória porque foi a primeira, a última, ou porque foi a única. Ela sempre será um pensamento recorrente ou um desejo realizado pela metade. Mas o mais importante disso tudo é que, finalmente um dia, essa pessoa não é o pensamento que povoa a sua mente na maior parte do tempo, ainda que ocupe a grande parte do seu coração.
Eis o seguinte: o que a gente acha que teria dado certo, teria dado, justamente porque não deu. Algumas histórias chegam ao fim porque aquele é simplesmente o propósito delas: nascer para morrer. Mas percebi, vivendo com elas, e em especial nas últimas conversas, que o Sr. Eterno uma hora se transforma no Sr. ViveNoPassado. Ele pode até insistir em aparecer na quarta-feira lenta, mas será inteiramente varrido pelos fios que pendem com perfeição da cabeça que te fascina hoje em dia. Essa passagem, a do pódio ao meio-fio, pode acontecer de duas formas básicas: ou você encontra alguém que lhe satifaz em todos os requisitos, naqueles em que o outro faltava, ou então você leva um "se toca" na cara e o orgulho ferido lhe leva a passar por cima dos sentimentos. Como disse Lolita Pille em Hell: "melhor ser indiferente e digna do que infeliz e patética".
Não é fácil dar um basta numa história que nasceu como nos filmes e que aparentemente terminaria como um. Isso pode render algumas lágrimas e aquela sensação de ver uma tempestade caindo para depois lembrar que deixou a janela de casa aberta. Você sabe que tudo está alagando e nem que você corra o mais rápido que puder evitará os estragos.
Fico feliz sempre que elas superam esses dramas pessoais, quando param de falar no Sr. Eterno e concentram-se num Mr. Right. Ouvi-las dizer que o atual ganha de levada, daquele antigo que era insuperável, é um alívio. Pode até ser que esse Mr. Right nem seja uma pessoa, e que o outro nunca vá realmente cair em esquecimento, mas isso não importa. O que interessa é que ninguém merece viver de sofrimento, quanto mais por uma pessoa. Nesse ponto devemos dar ouvidos a razão e cantar para o coração dormir.
Mas há quem viva uma vida inteira e não esqueça, nem disfraçadamente, um grande amor. Alguns se casam com uma vida segura, e são felizes a sua maneira. Há também aquelas pessoas que, para esquecer, se casam com o trabalho e são bem sucedidas. Algumas procuram, sem achar, o amor da adolescencia nos olhares de vinte anos depois. E há até quem se case com uma pessoa que ama.
No fim das contas, apenas uma coisa é certa. Nenhum amor é tão grande para que soframos por ele porque ninguém tem o direito de nos fazer chorar. Nem mesmo aquela autopiedade camuflada dizendo "você é infeliz e ninguém te ama" tem esse direito. Deve-se amar a si próprio primeiro. Pra que gastar energia com o que não tem solução? O que tiver que ser, irremediavelmente, será! Enquanto isso... vestimos uma roupa legal, damos um jeito no cabelo, e somos felizes.
Combinado?


4/16/2009

nota do autor

Postado por Quanta Luz |

A história de Olivia e Jean-luc surgiu, na verdade e como sempre, de uma conversa com elas. Era sobre cientistas terem conseguido produzir espermatozóides em laboratório, ou algo assim. Busquei a notícia, e aqui está:

"Cientistas britânicos afirmam ter criado espermatozóides a partir de células-tronco da medula óssea feminina - abrindo caminho para o fim da necessidade do pai na reprodução. A experiência vem sendo desenvolvida por especialistas da Universidade de New Castle que, em abril do ano passado, anunciaram ter conseguido transformar células-tronco da medula óssea de homens adultos em espermatozóides imaturos. [...]"
(o resto da matéria em: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2299174-EI8147,00.html)

Hm.
Quem pode dizer o curso das coisas né? Vai que isso acontece mesmo...
Tomara que não.
rsrs

4/14/2009

o mundo sem eles (parte 2)

Postado por Quanta Luz |

Quando abri os olhos eu não tinha tanta certeza se o que havia acontecido fazia parte dos meus sonhos ou da minha vida desperta. Por um momento toda aquela claridade atravessando as grandes janelas de vidro lembraram-me o meu quarto. O fato é que eu jamais encontraria um tapete em tom café sobre um piso de mogno em meu apartamento.
Estava vestida, intocada, o escarpin junto a cama e minhas jóias sobre a mesa de cabeceira. Lembrei-me daquele rosto... Ainda que conservasse evidentes características femininas, era inconfundivelmente o rosto de um homem. Mon Dieu! Onde eu estava?
Levantei-me com cuidado, levemente tonta. Provavelmente dopada com alguma droga. Olhei ao meu redor. Era um quarto espaçoso, talvez maior que o meu próprio. Não saberia como definir o estilo daquele lugar... Era escuro, apesar da luz abundante. Clássico, alternando entre cores marrom e bordeaux. O sofá era revestido em couro. De repente, eu compreendi que aquele quarto pertencia a um homem. Teria debochado da previsibilidade não fosse a situação crítica em que me encontrava. Precisava fugir daquele lugar.
Aproximei-me da janela, e como previ estava no primeiro andar de uma casa. Havia macieiras ao redor. A propriedade se prolongava por pelo menos um quilômetro até alcançar o portão principal. As chances de sair despercebida eram poucas.
Passos na escada. Estavam subindo, certamente para este quarto. O único pensamento que me veio a cabeça naquele instante era claro: subir no meu escarpin. A princípio uma idéia tola, incabível. Mas não se pode subestimar o poder de um salto, principalmente quando são agudos o suficiente para funcionar como uma arma.
Da porta inrromperam tres homens. O da ponta direita, reconheci, era o mesmo que havia me sequestrado. A ferida no rosto dele me lembrou o golpe inutil que tentei realizar com o meu salto para impedi-lo de agarrar-me. Estavam vestindo uma roupa formal, algo como um terno para homens; o do meio usava calças razoavelmente justas, cor escura, e uma blusa da mesma cor. Mas a roupa que ele usava era absolutamente irrelevante. Estava mais fraca do que deveria estar, meu coração batendo mais rápido do que o normal. Visivelmente descontrolada. O que era isso?
Os homens de terno permaneceram do lado de fora do quarto e a porta havia sido fechada. Estávamos somente eu e aquele homem. Maxilar largo como os ombros, cabelos claros propositalmente desarrumados, 1,80 no mínimo e olhos castanhos iconfundivelmente esverdeados. Algo em mim parecia estar acordando... uma sensação inconcebível que me percorria a galopes.
- Meu nome é Jean-luc Ghesquière. Minha família é mais antiga que a sua, e pertenço a uma linhagem rara de homens. - a voz grave e limpa reverberava nos meus ouvidos com estranheza e prazer. Isso tinha que parar.
- Ghesquière. Nunca ouvi falar... Mas eu sei que vou sair daqui e perseguir essa sua familiazinha sem importância até que todos vocês sejam exterminados - dei um passo a frente com toda a coragem que conseguia reunir - Entendeu?
Ele sorriu debochando.
- Você compreende que eu sou várias vezes mais forte que você e que posso imibilizá-la se eu quiser? - desafiou
- Tenta! - sempre fui impulsiva no limite da imprudência.
Antes que pudesse dar um passo para trás Jean-luc agarrou meus pulsos fazendo-me girar e perder o equilíbrio. Naquela fração de segundos eu tinha ido parar de costas junto ao corpo dele. As mãos fortes e dedos grossos, típica daquela estirpe, agarrava-me enlaçando a minha cintura junto a dele e imobilzando meus braços. Aquele corpo quente me enfraquecia. A respiração mais rápida junto a mim era como um veneno que convertia a minha carne fraca. Ele aproximou o rosto junto ao meu roçando a barba por fazer sobre a minha pele enrubescida. E naquele instante percebi, profundamente aterrorizada e com arrepios provocando o meu corpo, que eu estava subjugada àquele sentimento.
- Eu sei que você gosta. - ele suspirou no meu ouvido. - Você não pode lutar contra a natureza.
Abri os olhos (que para a minha completa vergonha estavam revirando-se) e lutei. Enfiei a ponta do meu salto no pé dele e com força atingi as costelas com o cotovelo. Ele encurvou-se e pude me desvenciliar. A única alternativa era correr, por mais que isso fosse de encontro às minhas convicções de sempre lutar e nunca fugir. Mas esta era uma situação extraordinária, não havia como lutar porque eu mesma não queria lutar... disso eu precisava fugir.
Passei como um raio pelos dois homens na porta e desci as escadas logo a frente o mais rápido que pude, o vestido muito justo me atrapalhava. Cheguei ao saguão da casa e só consegui perceber as duas grandes portas de madeira que me levariam a saída. Escutava os passos apressados no andar de cima e logo atras de mim. Larguei o meu escarpin com profundo pesar e corri. Abri as portas...
Na minha frente descia uma grande escada de poucos degraus esculpida em mármore de carrara. Uma raridade que teria apreciado com prazer. Corri o mais depressa que pude seguindo um caminho aberto no meio das árvores logo a frente. Jean-luc estava no meu encalço, sozinho, como se soubesse que me apanharia facilmente. A raiva que eu sentia naquele momento estimulava minhas pernas, mas eu nao aguentaria por muito tempo.
Aquilo era rídiculo. Estava sendo caçada como uma presa para ser degustada depois de morta. Minha superioridade estava sendo afrontada. Como eu vou conseguir passar pelos portões?
- É inútil correr Olivia! - meu Deus a voz dele estava logo al...
O peso do corpo de Jean-luc derrubou-me. Estava perdida.
Ele me prendeu ao chão segurando-me os pulsos. O corpo dele pesava sobre mim, domando-me, mas isso não importava. Minhas pernas se abriram para ele como que por um instinto que neguei durante toda a minha vida. Jean-luc beijou-me na boca como se nossos corpos estivessem ávidos para tornarem-se um só. O calor dos lábios dele entorpeciam o meu corpo agora hipersensível ao menor toque. Rasgou-me o vestido afundando-se nos meus seios desnudos... A lingua dele viajava o meu corpo fazendo-me gemer de prazer... tudo tão intenso que nem a iminencia da morte poderia me interessar. Aquela pequena floresta ao nosso redor testemunhava o enlace sagrado da qual a privamos por tantos anos, contrariando as forças da natureza.
Ele tirou a camisa deixando mostrar os músculos definidos que a roupa não deixava ver. O tórax, os braços, a barriga... Aquele corpo suado que jamais toquei excitava-me até a alma. Tirou as calças com rapidez e ali pude sentir o corpo dele completamente sobre mim. Os beijos no pescoço que me arrepiava eram traduzidos nas marcas de unha que fincava nas costas dele. Jean-luc forçou-se sobre meu corpo selando o ato. Ele estava dentro de mim no máximo de união entre dois corpos. O movimento se tornava frenético e o prazer que me consumia era tão grande que por um momento achei que fosse morrer. A essa altura eu gritava com a vontade de te-lo cada vez mais dentro de mim. Estávamos os dois como animais selvagens sob as árvores.
Estava louca. Louca pela pele de Jean-luc... Naquela proximidade tão estreita que um era o outro e o outro não sabia onde terminava. Corações palpitando num mesmo ritmo, pulsando uma música antiga que era mais linda que já ouvi um dia. As mãos se tocando fazendo fluir a corrente represada de desejo, vida e glória. Meu sangue reverberando com maior intensidade berrando o grito que em todos os cantos do corpo era ouvido. As bocas unidas numa fome voraz de um pelo outro, como se finalmente tudo pudesse ser eterna e indestrutivelmente unido. O que deveras acontecia ali, quando tudo era só pele e finalmente um continha e o outro era contido. E aos poucos, Jean-luc foi suavizando os movimentos e ambos cansados, adormecemos sob o dossel verde das macieiras, douradas com a luz do sol ainda nas primeiras horas.
Quando acordei Jean-luc estava do meu lado olhando para mim. Fiquei envergonhada. Estava envergonhada de tudo. De estar nua naquele chão, de ter cedido, de ter negado tudo aquilo pelo qual defendi a minha vida inteira. Tudo por causa daquele homem que arrebatou-me inteira. Estava nauseada com todo aquele episódio insólito. Mas estava surpresa de, mesmo assim, depois da hipnose a qual estive submetida, ainda tinha vontade de perder-me no verde dos olhos de Jean-luc. O sorriso com que ele me presenteava afetava-me num efeito bestificante que me fez sorrir também, por nada.
- O que você prentende com isso tudo? - perguntei sem querer escutar a resposta. Senti como se tivesse retrocedido no tempo, na época em que as mulheres gastavam suas lágrimas com as incapacidades masculinas. Quando amarguravam em ser usadas e jogadas fora. E ali estava eu, uma mulher fragilizada diante de um homem.
- O que eu pretendo? - ele sorriu fechando os olhos e tornando a abri-los logo depois. - Eu pretendo convencer todas as mulheres do mundo a desistirem dessa bobagem de um mundo só delas.
- E como pretende fazer isso... Jean-luc? - esforçava-me para falar. Sentia dentro de mim, anos de lágrimas não choradas. O ressentimento de ser desprezada era particularmente doloroso, mais do que qualquer dor que possa ter sentido. Como as mulheres conviviam com isto? Como admitiam ser relegadas de lado?
- Mas isso não quer dizer que eu tenha que agarrar todas elas no meio das árvores - disse ele zombando da minha visível angústia.
- Eu sempre fui uma mulher independente. Não estou acostumada com isso. Eu não sei o que fazer, o que dizer. Só sei que... - olhei pra ele com incerteza. Se dissesse que queria ele junto a mim corria o risco de ser rejeitada.
- Diga - ele estava sério agora.
- Só sei que... E eu não sei como isso pode acontecer, uma vez que nós nos conhecemos há apenas algumas horas... - estava perdida, sem chão, com vontade de chorar, eu não me reconhecia mais. Era como se eu estivesse renascendo de dentro de mim. - Eu só sei que agora, eu não poderia mais viver sem você.
Pronto. Afundei meu ego sob os pés dele. A resposta dele poderia ser a minha sentença de morte.
- Quem diria que um dia, Olivia Rubenstein, senhora absoluta de si e do mundo, estaria se entregando justo a um homem... - disse ele com o sorriso saindo pelo canto da boca.
- Não torne isto mais dificil do que já é, Jean-luc. - disse sentando-me sobre a blusa dele que estava embaixo de mim. Ele me beijou no pescoço.
- Eu sou homem, mas saiba que isto não significa que eu vou abandoná-la justo quando você se apaixonou por mim.
Nos abraçamos, eu aliviada. Questionei-me como pude viver sem a segurança que aqueles braços me inspiravam. Afinal, talvez os homens não fossem os monstros que as mulheres antes de mim, e as antes delas, sempre pregaram. Talvez existisse neles algo que nos falta e que, por consequencia, nos completa. Então mesmo que nós lutássemos contra as faltas de uns, não poderíamos viver para sempre sem as virtudes de outros. Embora encontrássemos umas nas outras a compreensão que eles não têm de nós, elas, por outro lado, saberiam demais.
Quem sabe nós precisamos apenas de alguém que complete a frase que começamos, e sem querer. Que seja, despropositadamente, a união de tudo o que mais amamos e odiamos. Alguém que seja o conflito antológico de amor e ódio e que, por isso, não cai no tédio. Quem sabe eu precise de alguém que seja tudo que eu procurei, e por acidente!
Eu achei em Jean-luc.
No fim das contas o problema não é mesmo os homens... quem diria! O fato é que nós esperamos que os outros sejam o que nós queremos que sejam. E insistimos repetidas vezes em transformar as pessoas em outras que elas jamais serão. Então como se dizia por aí, há muito tempo atras...se não tem remédio, remediado está! Espero que todas as mulheres do mundo possam compreender que tudo não é só uma questão de procurar, e sim de encontrar naquilo que você já achou.
Meu nome é Olivia Rubenstein, e estou perdidamente apaixonada pela pessoa mais incrível que conheci e cujo maior defeito é, também, sua grande qualidade: é um homem.

4/08/2009

o mundo sem eles

Postado por Quanta Luz |


15 de Abril de 2110
Segunda-feira, 08:20


Dia de ressaca. A claridade me impele a levantar da cama. Abro os olhos com a dificuldade de quem dormiu duas horas e uma garrafa de vinho...
08:22. Atrasada, como de costume.

(espelho do banheiro)
Nasci num mundo de mulheres onde homens são raros, velhos ou já morreram. Desde o século passado quando a ciência foi capaz de sintetizar espermatozóides em laboratório, os homens se tornaram irrelevantes. Eles, na verdade, sempre atrapalharam.
Enquanto dominou, o ego masculino somente construiu guerras, desgraça e morte. As mulheres eram obrigadas a conviver com as incapacidades e deficiencias masculinas. Traição, agressividade, luxuria. Eles sempre foram o lado mais animal da espécie. Divididos entre o orgulho e o ego, eram eles por trás do crime, matando, assaltando, espancando, estuprando. As mulheres perceberam que, afinal, um mundo delas pudesse ser a chance de reerguer um lugar condenado a destruição.
Em 2070 menos de um terço da população mundial era masculina. Mulheres reproduziam-se por si mesmas, e com o auxílio da engenharia genética passaram a dar a luz somente ao sexo feminino. Naquele ano os homens uniram-se contra a ordem vigente usando daquilo que, achavam, os levaria a vitória: a força.
Foram rechaçados.
Os cargos mais importantes da política já nos pertencia e nós tomavamos as decisões que nos era apropriada. Ora, a nossa revolução já havia começado muito antes dos homens imaginarem, ali na sua inteligência super focada. Vai ver esse era o problema. Eles não enxergavam além dos seus próprios objetivos. Não fomos feitas para constituir um exército, e por essa razão a nossa batalha é invisível aos olhos.
Hoje, o mundo pertenece a nós, as mulheres. Discípulas da beleza, do amor e da prosperidade. E aqui, onde o belo e a sensibilidade são os pilares, eu sou rainha.
Meu nome é Olivia Rubenstein. Tenho 47 anos. Sou acionista majoritária de um dos maiores centros de estética do mundo, a Willendorf. Há cinco anos venho desenvolvendo uma linha de cosméticos que combatem os radicais livres do corpo, responsáveis pelo envelhecimento. Este ano chegamos ao resultado esperado. Triplicamos os cofres da empresa... bem como o espaço do meu closet.
Montada num salto quinze e dentro de um vestido-desejo, fito-me mais uma vez no espelho do hall de entrada, antes de sair. Moro num duplex na cobertura do metro quadrado mais caro da cidade e a revolução da industria de cosméticos permite que eu seja exatamente a mulher que aparenta metade da idade. Jovem, rica e loira. Quem precisa de um homem nos dias de hoje?
Entro no banco de trás do carro. Uma mulher na direção.
- Para a Willendorf, por favor. Mas antes eu preciso de um café ou minha cabeça vai explodir.
- No mesmo lugar senhora?
- Sim querida, vamos logo.
Viramos na rua principal, já barulhenta a essa hora.
09:03
Bom, eu que estou duas horas atrasada.
Fecho os olhos enquanto o carro anda devagar enfrentando um suave engarrafamento. O som é inconfundível. Um sinfonia de salto agulha batendo nas calçadas. Centenas deles nos pés de mulheres de todo o tipo. Todas montadas num mundo superior, 15 centímetros acima, como eu. Olho para aquela selva de leoas com garras escarlate e presas de porcelana. Sacerdotisas do consumo. Se nós temos um defeito, bem, ele será o consumismo. Mas quem liga pra isso? Vivemos num mundo de prosperidade. Grandes mulheres estão a frente de grandes nações. Eficiencia, diplomacia e agilidade são qualidades com as quais nascemos. E é por essa razão que, de pouco, os homens estão próximos da extinção.
- Chegamos senhora.
- Estacione ali, perto da entrada, saio em 10 min.
Coloco os oculos escuros e desço do carro. Caminho com o poder que somente um escarpin e um bandage dress pode dar a uma mulher. Percebo que estou sendo olhada, despida. Nós mulheres somos melhores em tudo, até no sexo... Quem, senão outra mulher saberia o ponto exato onde tocar os dedos e colocar a lingua para causar uma incontrolável erupção de prazer? Sorrio comigo mesma.
Paguei o meu frapuccino a uma atendente muito enjoadinha precisada de maquiagem. Esbarrei na saída com uma velha conhecida.
- Julien! Que surpresa encontrá-la por aqui, onde está Meredith? Faz séculos que não nos encontramos, preciso conversar sobre a minha nova linha de produtos! - disse cumprimentando aquela mulher dona dos olhos mais negros que já presenciei.
- Ah, você não soube? Meredith e eu não estamos mais juntas, mas estou feliz com isso - disse ela num tom desagradável.
- Perdoe-me Julien, eu não sabia... Ah, ligue pra mim se precisar de alguma coisa sim querida? Agora eu preciso ir, elas estão me esperando. - disse virando-me para fugir daquela mulher.
- Você é mesmo uma Rubenstein, Olivia. Sempre colocando o trabalho em primeiro lugar não? - alfinetou Julien.
- Oh Julien, por favor... Você sabe que não é bem assim. Hoje, por exemplo, estou com uma ressaca terrible! - dissimulei
- Aposto que bebeu sozinha, acertei?
- Bom, agora tenho mesmo que ir Julien, até algum dia.
Há de se convir que algumas vezes viver entre mulheres é como caminhar sobre ovos usando um par de escarpin. Você sabe que inevitalvelmente vai quebrá-los, o importante é não escorregar. Ou seja, nunca se exalte, sorria sempre e mude de assunto. Fazer inimigas estrogenadas não é a melhor opção.
Volto para o carro.
- Vamos o mais rápido possível querida! Ande!
- Sim senhora. - respondeu uma voz grave.
- O que você disse? - perguntei confusa. O que tinha na voz daquela mulher?
- Eu disse... Sim, senhora.
A sensação de que o mundo estava girando veio associada ao enjoo que não era da ressaca. De alguma forma aquela voz me dava arrepios e até evocava alguma coisa dentro de mim que eu não conhecia. Seria possível?
- O que... O que aconteceu com sua voz, querida? - perguntei com a glote fechando.
As travas do carro foram acionadas.
- Mas o que é isso? Abra isso agora!
Os movimentos que se sequenciaram logo após, chegaram a minha mente como um filme em camera lenta. Uma mão grande arrancou os próprios cabelos da cabeça deixando mostrar uma cabeça raspada... sem cabelos. Aquilo olhou para trás e ali pude entrever os traços do rosto... Impossível!
O sangue pulsava em minhas veias doloridamente chamando os membros do meu corpo a reagirem. Mas o pânico me paralisava. Não conseguia pensar em nada senão o fato de que ali, na minha frente estava...
Pela primeira vez em toda a minha vida, eu estava olhando nos olhos de...
Um homem.

(continua)

4/04/2009

o que se fala quando não se diz

Postado por Quanta Luz |

Estava eu num rodízio outro dia, procurando espaço pra enfiar um último pedaço de pizza de chocolate guela abaixo, quando esse post começou a tomar forma. Bom... olha eu ali né, aquele indivíduo que as pessoas dizem sofrer de "corpo malagradecido" no seu enésimo pedaço de pizza, dividido entre a atividade repetitiva da mandíbula e a conversa alheia. Mas é exatamente nessas horas de brejo mental que surge o que os designers (como eu ;D) chamam de insight.
Foi um insight forçado, na verdade. Vizualizando...
Temos uma menina sentada na minha frente e um menino chegando com algazarra. A menina, sorridente, reconhece o menino. A menina levanta da mesa e vai falar com o menino. Menino e menina conversando num reservado. Os dois se seduzindo. Gol! Sem impedimento e bem dentro da área. :D
Tá, todo mundo faz a metáfora do futebol. Mas é que "dar em cima e levar" é realmente um jogo, e que envolve muito mais aspectos do que a gente imagina.
Fiquei um tempo olhando aquela menina, analisando. Era como se ela fosse um conjunto de dados, letras e números se combinando todos ao mesmo tempo. De repente era como se eu estivesse lendo o corpo dela porque todos os movientos eram tão evidentes e denunciadores que ela havia se transformado em um livro aberto, com prólogo, capítulos e ponto final. Vou contar...

Primeiro ela apoiou o peso do corpo em uma das pernas e elevou o braço esquerdo para tras do pescoço, como afagando o cabelo. A cabeça pendeu levemente para a direita acompanhada de um sorriso torto. Ele inclinado pra ela com uma perna mais a frente que a outra, a cabeça também inclinada e as mãos com a vontade reprimida de avançar. Depois, já na intidmidade, estavam os dois numa mesa a parte, ele com os braços envoltos nela e ela com a cabeça baixa virada para o ombro. Mais ou menos como esse casal de arara ai.

Registrei aquela cena numa fotografia neurológica (?) e parti atrás de um embasamento teórico pra explicar aquela linguagem muda. Encontrei "O Corpo Fala" de Pierre Weil. Achei que seria aqueles livros super decepcionantes que deixam a parte prática e interessante pro final... E era! ¬¬ Fui passando o olho, folheando as páginas sem esperança até que pra minha surpresa encontrei o seguinte: "Mãos afangando os cabelos: prazer sensual". E também: "...quando as pessoas acariciam distraidamente um gatinho ou a pelúcia de um sofá demonstram seu desejo inconsciente de contato sensual". E pra completar descobri que o braço dele por cima dela indica "quero subjugar você" e a cabeça dela inclinada pra baixo subentende "Você me domina".
Mon Dieu! A noite daqueles dois deve ter sido um "welcome to the jungle" enlouquecedor né?
Então.
Escutei alguns depoimentos sobre os sinais que elas emitem e a forma como reagem em duas situações básicas: quando estão sendo receptivas a um menino e quando não estão sendo. Let's see!

Receptivas:

"hummm...tenho sempre um sorriso diferente, sempre olho, mas nunca encaro."

"Um sinal obvio é mecher no cabelo... não que ele vá entender que o sinal está aberto com isso, mas é instintivo arrumar o cabelo."

"eu olho nos olhos e logo depois desvio. Mexo na minha franja. Fico séria, sem sorrisos...
no maximo um meio sorriso....Mas sou simpática apesar de não esta sorrindo! Arrumo a roupa."

"Estampo aquele sorriso que não sai de jeito nenhum chega minhas bochechas ficam doendo. Alisar o cabelo é de praxe: se a paquera está sendo de ambas as partes com certeza eu estaria nervosa ( nervosa = alisar os cabelos). "

"Tenho sorriso diferente (sou mais simpatica). Pego no cabelo de forma diferente, com certeza...
hmmm quando estou sendo receptiva também tem um toque diferente...E quando é mais intimo assim, se tratando de amigooos que se paqueram... uma ajeitada na sobrancelha dele eh ma-ra"

Um coisa é certa: elas tem um sorriso diferente e ajeitam o cabelo. Agora vai saber que sorriso diferente é esse né? Pode ser um canto de boca, de muitos dentes, de nenhum. Mas acho que um sorriso receptivo a gente reconhece. Dizem que o de canto é sarcático, como se dissesse "você ficar comigo? Tenta pra ver...".
Já quanto ao cabelo eu realmente nunca havia parado pra pensar nisso. Vejo tanto elas alisando ocabelo que nunca tinha percebido que o fazem em momentos de insegurança ou até de nervosismo. (ah, e aqui entre nós, vamos fazer de conta que não existe aquela hora que vocês mexem no cabelo pra verificar as pontas duplas ¬¬).
Ok. Vamos ver o que elas fazem quando não estão abertas... a ficar, claro.

"cara fechada, braços cruzados, batidas de pés, desvio o olhar"

"fico bastante inquieta, limitada a responder... meu olhar é desviado facilmente e evito contato, qualquer tipo de contato corporal"

"fico mais seria, de braços cruzados que mostra que a pessoa está fechada e a qualquer momento pudesse te mandar pastar. Prefiro ficar de costas ou de um angulo que nao de muito pra me ver"

Hmm. Cara fechada, braço cruzado, inquieta, devia o olhar. Parando pra pensar, é tudo meio obvio não é? Mas a gente nunca para pra observar mesmo essas coisas. Na verdade, somos sempre muito afoitos e quase nada reflexivos. Sinais sutis passam despercebidos.
Os pés, por exemplo. Diz Pierre Weal ainda no seu livro que os pés estão sempre apontando na direção dos nossos desejos. Então, talvez uma olhadinha de leve revele se aquela pessoa que você tá dando em cima quer realmente você (mulherada, não esquece de fazer as unhas dos pés hein!). Ah, e tem também as mãos! Mostrar as palmas das mãos e a região posterior do pulso é um ótimo sinal, de sensualidade inclusive. Os fumantes, por exemplo, usam desses sinais muito mais facilmente na hora de segurar o cigarro (maysa que o diga!).
É boys and girls, o corpo fala! Seja pelos pés, mãos, ou cotovelos (será que vem daí aquela expressão?), estamos a toda hora falando sem dizer. E nesse falatório descabido cabe ao bom observador captar a mensagem.
As vezes a gente não quer, mas faz que sim com a cabeça. Diz que não e tá doido pra se atirar. Diz que hostiliza até o fim da vida e tá coçando as mãos pra ligar e dizer que ama. E tem vezes também que a gente esperneia, bate na cara e termina em um beijo. Vai entender!
Aiai, o ser humano e sua habital falta de sanidade. Nada realmente é o que parece.
É... Encerramos nossa conversa de hoje com uma lição que nossa amiga trouxe sobre como NÃO ser uma pessoa receptiva.

"Finjo que ele é um ponto invisivel no espaço... imperceptível!"

Ui.
Não queria ser esse cara hein!

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