3/30/2009

sobre o amor que procuramos

Postado por Quanta Luz |

Quem neste sofá não procura ou já procurou, mesmo como quem não quer nada, aquela pessoa com quem passará o resto dos seus dias, que atire uma almofada. Vivemos à espreita nesta procura incansável de encontrar a tampa perfeita da nossa panela.


Está certo que as mulheres anseiam na medida em que os homens pesquisam, e que sonham, poetizam, dramatizam enquanto os homens problematizam. Mas no fim das contas estamos todos no mesmo barco... E onde ele vai chegar, ninguém sabe ao certo.
Acho que encontrar o amor da sua vida é como caminhar numa linha quase indefinida entre o desespero e a esperança. Tem vezes que o desespero vem escoltado por um exército de lágrimas prontas pra nos afundar no oceano das mágoas. Mas em outras, procurar pelo amor da sua vida é como perseguir, intrigado, uma borboleta que você nunca tinha visto antes.
Talvez ele, o amor da sua vida, vai estar na fila de um supermercado ou atravessando a rua apressado na hora em que o sinal abrir. Perdido numa multidão, ou sozinho no topo de uma montanha. Quem vai saber uma coisa dessas...A gente fica sem saber se tudo isso é uma questão de achar ou de procurar. As vezes a gente procura e não acha. E quando acha sem procurar, não nos serve! E as vezes não serve, porque queremos que não sirva.
Uma frequentadora deste nosso sofá fez uma colocação interessante no post anterior. Ela disse que, para as mulheres, é uma ilusão acreditar no príncipe de cavalo branco toda a vida. Que nós somos humanos com mais defeitos do que qualidades e, é verdade, qualidades que não correspondem sempre a grandes virtudes.
E bem, acho que é isso mesmo. A razão de vivermos tão insatisfeitos em matéria de amor, é o fato de buscarmos algo que não existe. E digo mais, a gente adora achar que está aí, perdida em algum lugar, a nossa alma gêmea... e sem dar importância para os que dizem o contrário.
Acho que isso tem muito a ver com a história dos amores platônicos que eram tão comuns aos 12 anos, e que tem dado as caras ainda aos 22. Esse amor que tem a ver com desejar alguém e, muito mais, idealizar alguém de forma a conceber uma pessoa que absolutamente não existe ou não corresponde a realidade.
As meninas sabem muito bem o que é ver aquele menino três séries depois da sua, exibindo-se pelo corredor do colégio numa perfeição tão profunda que seu coração dispara e a voz desaparece. Sabem o que é concentrar-se ao máximo para não tropeçar nas próprias pernas quando ele caminha na sua direção ou realmente se estabacar no chão de tanto nervoso.
Os homens, menos dramáticos e mais sexuais, esquecem de tudo (e jogam tudo) pra ver passar aquela menina que anda eternamente na câmera lenta desfilando as curvas que dançam por dentro da aparente inocência de um uniforme de colegial.
Quando a gente cresce a gente descobre que esses amores platônicos, que as meninas escreveram no diário com recortes de revista e papel de bombom e que os meninos tantas vezes imaginaram dentro do banheiro (ops!), bom... esse tipo de coisa na verdade perde a graça quando deixa de ser platônico. É como se, quando as coisas se tornam reais e tangíveis elas perdessem o sentido. Ou, como é mais comum, o ser platônico revela-se na forma de carne, osso e montes de defeitos.
Quando nos tornamos adultos essa "platonicidade " muda de aparência. Para as meninas por exemplo... Antes o platônico era o "menino mais lindo e popular" da escola, e isso era suficiente. Quando elas crescem ele não apenas é o mais lindo e popular bem como é o que lhes oferece estabilidade, segurança, fidelidade e amor (às vezes a lista é mesmo nessa ordem). Na fase adulta não basta os olhos azuis sedutores ou a perfeição do sorriso (apesar que elas vão dizer "sim", sem pensar, na hora que oferecerem o bruno gagliasso a elas ¬¬). As mulheres platonizam o homem que seja, simultaneamente, bonito por fora e bem resolvido por dentro em todos os sentidos. Elas não acharam ainda, mas acreditam que vão achar um dia. E quem sou eu pra dizer que não?
Já com os homens é diferente. Antes eles buscavam a gostosona do pedaço. Hoje eles... Bom, claro que eles apreciam a gostosona do pedaço, mas isso nem é mais tão importante, mesmo porque essas mulheres são raras e as outras não podem usar photoshop na vida real, não é? Além do mais, as gostosonas na maioria das vezes são fraquinhas da cabeça. Essas mulheres que eles viam nas revistas e fantasiavam nas musas do colégio, atualmente não os atraem. É isso mesmo que vocês ouviram meninas. A maior parte deles não quer nada com a mês de abril da Playboy.
Ele pode até querer ir pra cama com ela, mas a mulher que ele quer pra vida dele definitivamente não é essa. Um cara me contou o seguinte uma vez, sobre a experiência do sexo com uma mulher-sexo: "Quando eu termino lá com a menina, a vontade que eu tenho é de empurrar ela da cama, que ela desapareça". A platônica deles não é só um corpão, mas também (e muito mais até), aquela mulher que lhe complete, que divida a vida com eles, que esteja protegida sob seus braços enquanto caminham conversando sobre qual deveria ser a cor do céu (as cores do time dele, lógico). Ao que parece os homens tem bem mais necessidade de compartilhar uma existência do que as mulheres.
É... De platônico e platônico, nenhuma galinha enche o papo. A gente sonha, procura e até espera que, um dia, a pessoa que senta ao lado da gente no onibus seja a que viveremos para todo o sempre. Mas do nosso lado só senta as velhinhas se desmanchando ou o cara que tá vindo da feira com um monte de frutas dentro da sacola que incensa o ambiente inteiro. E, bem, é desse jeito que a vida real nos dá as boas vindas. Mas ela ensina uma coisa muito importante pra gente, no fim das contas.
O amor da nossa vida foi algo construído, muito pelos filmes, e que a gente absorveu como verdade. O amor pode ser uma escolha algumas vezes, mas ele nunca é realmente o fruto dos nossos desejos. O importante é, se temos necessidade, procurar aquela pessoa que nos fará feliz e não a que satisfaz os nossos pré-requisitos. Até porque a gente nunca sabe o que quer da vida realmente. Então que tal parar de ir buscar do outro lado do mundo aquilo que está do outro lado da rua ?
E quer saber do que mais? Somente o homem que tá voltando da feira vai te oferecer uma laranja quando você tá morrendo de sede num dia quente. E apenas aquela velhinha se desmanchando vai te presentear com aquele enigmático: "o que a gente quer, meu filho, nem sempre é o que a gente precisa!".

E assino embaixo.
;)






3/29/2009

o que eles odeiam nelas

Postado por Quanta Luz |

Quando comecei a escrever "O que elas odeiam neles" eu não imaginava o alcance que teria o texto. Não imaginava que eles lessem meu blog. E na verdade alguns deles expressaram sua opinião atentando-me para o fato de que este blog não cheira apenas a hidratante de morango, mas a loção pós-barba também!
Então preparem os ouvidos porque hoje o papo é para eles que perdem a cabeça por causa delas.

É fato que os homens, tanto quanto as mulheres, tem suas insatisfações num relacionamento. Mas elas são outras bem diferentes daquele "boletim de ocorrência" das mulheres. É que quando elas prestam queixa, falam deles em relação a elas. O problema sempre está neles não satisfazerem as expectativas e desejos delas. É sempre "Ele não presta atenção em mim", "Ele não entende que eu preciso" ou "Ele não se interessa em ver o que eu quero". Já os homens dizem que "Elas são complicadas", que "Não entendem o elas querem" e que "Elas são difíceis de lidar". Então eu penso... E se o problema não for só deles, mas delas também?


"Acho as mulheres muito complicadas porque a gente nunca consegue agradar elas por mais que a gente tente. "

"Talvez o ponto principal que dificulta a convivência é as mulheres serem de momento.... São de lua."


É verdade que com as mulheres todo cuidado é pouco. Já me peguei muitas vezes medindo as palavras na hora de dizer alguma coisa, ou até permanecendo em silêncio pra não dizer aquilo que pudesse tirá-las do plano estável. É que elas são passionais, e por isso são um reboliço de sentimentos que se chocam a todo instante com a racionalidade masculina. Pegar ela em casa às nove quando vocês tinham combinado às oito, ganha toda uma criativa interpretação na cabeça delas.
Em sua mente de simultaneidades abre-se um leque de possibilidades que vai desde a mais básica, ou seja, ele tem outra, até as mais elaboradas do tipo... ele tem outra. Eles sempre tem outra.
Mas não se deixe enganar quando ela entrar dentro do carro com o afável "oi amor, demorou...". Isso não significa que ela achou que não tem problema se você se atrasou um pouquinho...Até porque nenhum atraso é pouquinho para elas, ainda que sejam as mestras do atraso!! Ela vai te dar um abraço, mas as narinas de dragão vão reconhecer qualquer gota do perfume de outra mulher, e quando ela ajeitar a gola da sua camisa fazendo carinha de "ah como meu amor é desleixado", não seja bobo, ela está verificando se não há um restinho do batom em você. É chato saber que elas desconfiam de você o tempo todo e quase nunca acreditam 100% no que os homens dizem.

"acho que o que mais odeio são as implicancias com coisas simples"

"elas vivem implicando por coisinha besta"

"...e outra coisa: tempestade num copo d'agua é fogo"


Elas discutem como se estivessem lutando pelo fim da miséria no mundo. As mulheres sempre são mais viscerais do que precisam. É uma característica delas, porque elas são naturalmente mais sentimento do que razão. E quando elas percebem que estão brigando por coisas sem tanta importância assim...Bom, aí elas param de falar e ficam estáticas olhando na sua cara com o semblante de assassina. Sabe o que está acontecendo ali? Ela está abrindo todas as gavetas do cérebro dela, onde elas guardam todas as discussões em fichas catalogadas por ordem alfabética e com cores diferentes, buscando aquela ferida aberta no relacionamento. Ai elas abrem uma nova janela de discussão com o: "Mas eu não tô falando só disso não... Você nunca faz o que..." etecetera e tal. E haja paciência mesmo.
As vezes elas nem estão brigando pelo motivo que defendem.
As vezes elas estão apenas irritadas por alguma razão e ai um pequeno problema é a gota d'água. Peça desculpas, mesmo que esteja certo, e mostre a ela que você está do lado dela. Explique seu ponto de vista sem nunca desmerecer o dela, isso é mexer na ferida.
Veja esse camarada aqui, ele deve evitar muita dor de cabeça com esse pensamento:

"As mulheres como todos nós sabemos passam por um momento difícil que se chama menstruaçao, e nesse período elas mudam um pouco, ou completamente, o seu temperamento e ficam mais sensiveis...Nisso se você fala algo normal (para o homem) a mulher pode achar totamelnte diferente e nisso pode sair uma discussão. Eu acho que muitas vezes o homem tem que entender esse momento da mulher e ser um pouco mais paciente."

Acho interessante a TPM. Uma vez tava jantando com duas meninas. Uma delas disse que estava triste, como se estivesse em depressão, com vontade de chorar. E ela estava realmente com os olhos marejados. A outra amiga disse de cara: é a TPM. E era mesmo.
A enquete que eu fiz com o lado masculino perguntava o que tornava a convivencia com as mulheres difícil. Alguns foram objetivos em responder "TPM". Eu nunca levo a sério isso. Eu sempre acho que é invenção das meninas que dão muita importância a isso e acabam levando os efeitos prum nível pscicológico, mas não. Certa vez uma outra amiga minha estava passando por aquele processo de esquecer um menino, e falava de uma recaída que tinha acabado mal. "Justo quando eu tô de TPM!", lamentou-se. As consequencias desse monstro de tres letras é das mais diversas e causador de reais oscilações de humor que beiram a bipolaridade. As vezes é por isso que elas brigam sem porque e fazem tempestade num copo d'água. Seja compreensivo, baixe a guarda.

"É difícil conviver, por vezes, com as crises femininas de carência, com o complexo de inferioridade e com a sua aparente auto-suficiência, sobretudo quando são simultâneos."

Sobretudo quando são simultâneos. Quem aqui não conhece essa peculiaridade da personalidade feminina? Como elas conseguem arrumar tudo em ordem na cabeça? Elas começam um assunto, interrompem ele, mudam pra outro, voltam pro mesmo assunto e as vezes nem isso. Quer ver uma coisa que irrita?

"- Amor você soube do que aconteceu com fulaninho?
- Não, o que foi dessa vez?!!
- Perai que minha bolsa tá vibrando... Alo? Oi amiga!
(o individuo fica esperando morrendo de curiosidade)
(...)
- Ah... tá bom então miga a gente se vê mais tarde né? beijo...
(silencio)
- Termina de dizer o que você tava falando...
- Falando? Falando de que amor?"

¬¬

É macharada, é dificil num é não? Mulher é isso! Elas vivem com um pé aqui e o outro num mundo que ninguém nunca viu. Elas nunca deixaram realmente de acreditar que o homem com quem vão se casar virá montado num cavalo branco (não faça a piadinha do whisky pelo amor de Deus!). E o fato de você ter chegado numa motoca ou de ter que dá um jeitinho pra fazer o carro pegar, não vai ajudar mesmo. A menos que muitos homens tenham passado na vida de uma mulher, ela invariavelmente vai criar mais expectivas do que você pode corresponder.
As crises e cobranças delas são apenas uma forma de protestar contra essa realidade que não tem nada a ver com o que elas sonharam desde pequenas. E pra elas os homens são os culpados por isso. E se elas estão esperando por um homem que não existe? Isso é um balde de água fria . Talvez o homem com quem elas irão se casar será, no fim da contas, não aquele menino dotado de perfeição que as fazem suspirar (até porque em boa parte dos casos, esse tipo de menino não gosta de meninas). Ela vai acabar por escolher o retraído que tropeça por todos os cantos mas que entende o que ela quer dizer com "Eu quero aquele sorvete azul que tem umas bolinhas brancas ao redor... Aquele que é todo verde, sabe?"
É, mas vamos lá meninas, deem um desconto. Tentem falar menos em códigos e expressar-se mais claramente. Não digam que o problema é ele ter esquecido de lhe buscar (porque eles realmente acham que você briga por isso). Diga que você acha que eles estão relegando a você um valor menor do que merecem, por exemplo. Para que haja diálogo é necessário que haja compreensão.

Não é?


3/22/2009

o que elas odeiam neles

Postado por Quanta Luz |

Durante o final de semana estive pensando no que falar pra vocês hoje. Confesso que me apoderei de um pequeno mas ameaçador sentimento de não ter nada o que dizer. Até que no domingo, sentado no parapeito da minha janela absorvendo vento e sol poente, uma música começou a tocar na rádio. Era "If I were a boy", da Sasha Fierce (antiga Beyoncé), a que escuto agora. Achei que nada mais apropriado do que trazê-la para nosso sofá vermelho.

A letra da música fala sobre a mulher colocando-se no lugar do homem numa relação. Então ela sai pra tomar cerveja com os "caras", desliga o celular desculpando-se que estava quebrado e sai traçando suas próprias regras. Fiquei pensando...
Não conheço nenhuma mulher que não tenha se queixado pra mim sobre os erros dos namorados, ou seus quase-namorados, categoria muito recorrente hoje em dia. Por outro lado, ainda que o número de homens que fazem parte do meu círculo de amizade seja menor que o de mulheres, eles nunca vieram delatar erros mas no máximo expressar, sem tom de gravidade, insatisfações, de fato, pouco relevantes.
Fiquei do lado delas e decidi fazer uma enquete via MSN, com elas. Colhi algumas respostas. Todas eram basicamente as mesmas.
Uma das constantes foi a falta de atenção. Não pude deixar de imaginar os barrigas de cerveja assistindo o jogo enquanto as mulheres são impelidas a intrometer-se nessa sagrada relação homem-futebol. Claro que é uma típica cena clichê, repetida em novelas, mas que é uma adaptação bastante coerente da vida real.
Eis algumas respostas quando questionadas sobre o que eles faziam que as irritava ou gerava briga (prometi não revelar nomes):


"Odeio quando [ele] finge que tá me ouvindo, mas fica no modo off line, repetindo apenas humhum. Os homens são práticos demais, e isso irrita um pouco."


"O que irrita é o telefone desligado, falta de compromisso"

"O que gera briga e discussao: nao prestar atençao no que eu falo"


A pergunta é: eles realmente não prestam atenção? Se sim, por que?
Eis o seguinte... Os homens não são seres com déficit de atenção. Pelo contrário, não perdem o foco das atividade para as quais são impelidos. O problema é que eles não acham que o que elas defendem e afirmam seja uma tese a ser levada a sério. E não levam a sério por achar que elas estão hiperdimensionando os problemas. Talves os homens sejam realmente práticos, demasiado práticos. Ou talvez "Humano demasiado humano" como na obra de Friedrich Nietzche. Nunca cheguei a ler o que o filósofo escreveu ali, mas me estimula agora a observar um patamar que estudiosos têm recorrido ultimamente para explicar os homens e as mulheres: a organização cerebral, numa visão puramente humana e fisiológica. Será que serve?
Fui na minha prateleira de revistas buscar uma edição especial da Scientific American que eu tinha comprado há um tempo atrás. Tratava sobre o conjunto de atividades e funções do cérebro humano, e na verdade nem dei muita atenção na época. Pulando termos técnicos e procurando o que interessa fui até o artigo que identificava as diferenças e habilidades específicas de ambos os cérebros, masculino e feminino. Não resisti e transportei os dados técnicos para dentro do nosso contexto.


Elas
:
1. são mais rápidas em identificar e reconhecer elementos que pertencem ao mesmo grupo (leia-se capacidade de reconhecer um mulherengo da pior especie em qualquer lugar)
2. ótima memória para detalhes pequenos e quase imperceptiveis (tipo quando ele esqueceu de ir pegá-la no local e horário combinado).

Eles:

1. são bons em vizualização imaginárias de um objeto ou "imaginar como seria rodar este objeto tridimensional" (sabe aquela bunda mais tridimensional impossível que não passou despercebida?)
2. excelente destresa motora que envolvam alvos e interceptar projéteis (aquela bola que ele agarrou, brincou e chutou e que veio daquele grupo que jogava uma pelada ali do lado, isso enquanto você conversava sobre como conciliar os horários dos dois. Detalhe: ele não sabe fazer duas coisas ao mesmo tempo, você ficou muda por alguns segundos).

Uma das vítimas da minha enquete entreviu essa coisa do cérebro masculino. Olha o que ela disse:

"[O que me irrita é] o fato de a maioria deles não compreenderem a cabeça feminina. Mas em relaçao a isso eu já fiquei meio apática. É algo que chega a ser biológico. Sao duas formas diferentes de pensar."

Tá, é verdade. Não se nega que exista uma causa histórica pra essa conversa toda. Os homens da pré-história utilizavam o cérebro masculino para desempenhar a boa caça, defesa do grupo e desenvolvimento de armas. Ocupados em atividades práticas, que exigem foco. Sendo assim, é de se compreender a dificuldade do homem em prestar atenção nos assuntos delas e em lembrar o que elas querem que eles lembrem. Essa corrente de pensamento tem a pretensão inclusive de justificar a traição masculina. Defender o homem viril que é responsável por proteger a espécie perpetuando-a. E em nome dessa premissa rola um senhor bacanal que não acaba mais... Tudo porque procriar com mulheres diferentes é mais vantajoso (algo relacionado ao benefício da variabilidade genética).
Justifica?
Nem de longe. Não somos animais irracionais. Os homens não caçam mais, não tem que defender o grupo de ameaças e quanto a desenvolver armas, só se for a fiação elétrica que ele se meteu a consertar e explodiu quando você acendeu a luz.
Hoje, mais do que nunca, as relações humanas com seu modo de viver e pensar, são outras. Está fora de contexto o homem que trai e mente. Elas reclamam:

"[sobre gerar brigas] Nao tem como nao citar o clichê mentira. desde a mais simples (por exemplo, se achou a roupa feia, diga!!!!), ou até coisas mais complexas, como traição"

O homem deveria esquecer um pouco sua memória pré-histórica (se é que ela ainda está lá e tudo é apenas hábito). Tentar concentrar-se mais naquilo que não lhe é intrínseco. As mulheres querem ser ouvidas, satisfeitas, desbravadas. Não existe mais isso de mistério feminino resguardado como um segredo inviolável. O que falta aos homens é perder a vergonha de interessar-se sobre o que elas anseiam e pensam, tentar compreende-las e conseguir. Falta ao homem realizar sacrifícios. Cansei de ouvir delas que elas vão a lugares que não se sentem bem, fazem coisas que não gostam em nome deles e do relacionamento. Não é feio submeter-se, afinal é contra o equilíbrio ser sempre dominador.
Tenho ouvido por muito tempo o que elas dizem, e nada muda. Elas não recebem a ligação no dia seguinte, eles não se resolvem (se é que querem), as vezes são evazivos como quem quer garantir alguma coisa que não sabe se quer, ou até mesmo relegam a elas o valor que não merecem e por causa disso perdem a oportunidade de compartilhar momentos com esses seres fantásticos que são as mulheres. Quem em sã consciencia prefere as curvas da bola do que as curvas delas? Será insegurança?
Gabriel Garcia Marquez disse: "As mulheres só se entregam aos homens de ânimo resolvido, porque lhes infundem a segurança que tanto anseiam para enfrentar a vida."
Falávamos sobre a música "If I were a boy" logo quando sentamos no sofá hoje. Agora essa vai pra os homens: que tal "If I were a girl"? Como seria? A troca de papéis é válida.
E pra finalizar esse texto que ficou mais longo do que eu previa, vai uma opinião bastante intrigante na verdade. Prova de que a chave da questão é o homem descobrir a si mesmo numa mulher.

"O que eu não gosto neles? Sei lá... O pinto deles. Eu prefiro homens afeminados."

Pois então.


(agradecimento especial a Olga, contribuidora aquariana que trouxe o memorável Garcia Marquez a luz do nosso sofá vermelho).

3/20/2009

O que elas fazem quando vão ao banheiro

Postado por Quanta Luz |

Acho que essa atividade blogueiro de plantão tem um pouco de espionagem e cara dura. Hoje na faculdade quase perguntei a um grupo de meninas se elas permitiam que eu entrasse no banheiro feminino junto com elas. Quis ser uma mosca pra saber o que rola lá dentro, o que deve ser milhões de vezes mais interessante do que o que acontece do outro lado, no banheiro masculino.
Pra quem tem curiosidade: nós homens vamos ao banheiro apenas pela estrita necessidade e nada mais que isso. Pra ser mais específico, em matéria de conversa somos monossilábicos em nossos "opa, beleza?" e talvez um "que calor é esse?" ao lavar o rosto.
As mulheres, como sempre, são uma espécie mais peculiar. Claro que eu não poderia falar sobre conversas de banheiro feminino sem ter conhecimento do terreno em que estou andando, ne's pas? Passei a frequentá-los junto a elas sempre que pude e quando ninguém mais estava vendo.
Mas infelizmente eu sempre saio perdendo nessa história. Tudo é sempre elas e eu no meio, e quando de repente alguma das meninas sinaliza o código banheiro todas as outras acendem o pisca alerta e entram juntas deixando-me a mercê, sem aviso prévio, encostado num canto e ciente da espera de pelo menos 10 minutos. Os homens que me leem sabem o que é esperar na parede em frente ao banheiro olhando esperançoso sempre que uma mulher sai daquela sala de conferência.
O que elas fazem lá? A lista não acaba.
Antes de tudo, acho que está na cara que o que elas fazem não se restringe a satisfazer suas necessidades. Na verdade poucas vezes elas vão até lá pra isso. E conhecer esse backstage do desfile diário que é ser uma mulher, é no mínimo intrigante.
Percebi que o banheiro funciona como uma espécie de recarga turbo. Elas já entram histéricas a procura do amigo mais sincero de todas elas: o espelho (que um banheiro não ouse ser desprovido de espelho). Lá elas abrem a caixa de ferramentas, ou bolsa como queiram chamar, e começam os trabalhos. De lá sai maquiagem, lencinho, escova, perfume, papel, lapis, tesoura, coelho, cartola e um mágico. É mágica o que aquelas mulheres fazem com aquelas armas na mão. Retocam a maquiagem, tiram uma manchinha ali, camuflam os defeitos, ajeitam o sutiã, batidinha de leve na bundinha e beijinho na boca também. Tá, tá, tá...eu inventei essa última parte... ou, não? Devo dizer que algumas delas dão uma esticadinha e, bem, só Deus sabe o que elas fazem trancadas. Mas voilá! Mesmo que suadas e acabadas na hora que entram no banheiro, saem por aquela porta como se estivessem saindo de casa naquele instante.
Mas essa é apenas uma parte do que acontece lá dentro. Eu, como bom cérebro masculino, estou contando por partes, porque lá elas fazem tudo ao mesmo tempo. Enquanto recolocam o rímel ou retocam o batom elas estão fazendo aquilo que elas mesmas inventaram e sabem fazer como ninguém: fofoca.
Quando falam sobre eles soltam gritinhos e ficam nervosas, ou então jogam o franjão subindo levemente a sobrancelha quando falam delas, as outras. E não é fofocazinha besta não. Ah não... É um verdadeiro levantamento da ficha do indivíduo, com direito a flashback de historinhas e análise psicológica tanto dele, baseado no seu histórico, quanto das outras, baseado na altura do salto e comprimento da saia.
Então meu amigo, se você está na balada e tem uma mulher na mão, cuidado com o banheiro. Se ela voltar com um sorriso insosso e desinteressado, tenha certeza que o serviço secreto da chapinha realizou seu trabalho e a essa altura ela já sabe quem você é e o que pretende com ela. E uma vez que isso aconteça, bye bye carne fresca.
Mas ainda existe espaço pra essas e outras atividades naqueles dez minutos intermináveis. Achou pouco? Isso é apenas o banheiro-balada. Ainda tem o banheiro da escola, da faculdade, do trabalho, do restaurante, do shopping. E minha experiência com banheiros, bem, não é tão abragente! Infelizmente não posso, mesmo que eu queira, ferir descaradamente os códigos de conduta da society. É preciso ter cautela antes de ir entrando à vontade no espaço delas gritando "opa mulherada, que é que vocês estão fazendo hoje?!" e ser bombardeado por gritos supersônicos.
Me resguardo na minha tranquíla e pacífica sala ao lado onde as pessoas realmente usam o banheiro. Deixo para ela os mísseis de acetona, bombas de gloss e espadas-escarpin.
Mon Dieu!

3/19/2009

Quando elas se tornam Elas

Postado por Quanta Luz |

Eu achava que sabia tudo sobre essa assinatura mensal de óvulos das mulheres. Ora, o que há de complicado nisso né? Todo mês elas menstruam, passam entre três e cinco dias menstruadas (o que é uma eternidade para quem é diretamente afetado pela bipolaridade da tpm) e ponto final.
Mon Dieu! Eu deveria saber que quando o assunto são elas o buraco é mais embaixo... bom, e é realmente lá embaixo.
Outro dia estavam elas na típica reuniãozinha de quarto. Deitadas na cama, fuçando orkut de algum menino e eu no meio delas, claro. Estavam falando sobre algum assunto banal quando comentei por comentar sobre o caso de uma menina que tinha menstruado pela primeira vez em plena sala de aula. A compreensão pairou sobre a olhar de todas elas.
Ao que parece as mulheres não guardam boas lembranças de sua primeira menstruação, a chamada menarca. E com aquele espantoso talento de mudar de assunto com brutalidade, cada uma delas deu início a sua troca de experiências, para o meu assombro.
Os relatos são dos mais diversos entre elas, mas todos envolvem algum tipo de medo ou trauma. E não deixa de ser engraçado para quem está de fora. Mas tenho certeza que para quem sente na pele o que é uma cólica de verdade que não alivia mesmo engolindo de uma vez 10 comprimidos de todas as marcas e cores, bem, não deve ser nada engraçado.
Não é de se estranhar que elas chorem, gritem, se arranhem, se desesperem. Tenho ouvido histórias de meninas que achavam que não iam mais crescer, que não podiam mais emagrecer, que estavam morrendo, um verdadeiro horror-show!
Tadinhas, é de se compreender a TPM. Imagina você sangrar todo mes por alguns dias e ainda ter que usar esses absorventes de todo tipo. Uma amiga minha me confessou que quando começou a usar absorvente achou estranhíssimo e andava esquisito incomodada com aquilo no meio das pernas. Parece que está escrito na sua testa "Pessoal eu menstruei, uhuu!". É uma paranóia sem limites como se todo mundo pudesse ver o absorvente que elas estão usando sob a calça, como se a qualquer momento alguém fosse apontar pra você no meio do pátio do colégio e gritar: "Ela tá menstruadaaaaaa!". Sem falar, é claro, no orgulho descabido da sua mãe que tem satisfação em lhe exibir pro vizinho dizendo: "Ela já é uma mocinha!" enquanto dá uma piscadela cochichando um "Ela menstruou!"
Vou confessar: eu tiro a cueca para vocês que são mulheres. Bravo! Vocês já estão no céu por sobreviverem a isso todos os meses.
E antes de dormir não vou esquecer de agradecer a papai do céu pela testosterona. Que hormônio abençoado!

3/18/2009

Número Um

Postado por Quanta Luz |

Se algum homem deste planeta fumante tem passe livre no universo feminino, este alguém c'est moi! Inflitrado nos provadores, escutando cochicos e interceptando bilhetes, vivo sempre espremido entre uma it-bags e um par de escapins assassino. E aqui estou para contar tudo o que rola no backstage feminino e no catwalk da vida real.
Todos a bordo e spotlight nelas porque (é duro dizer) elas comandam!

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